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Amarrado à "frente ampla"

PSOL decide não ter candidato mas não aprova apoio a Lula

Congresso do Partido Socialismo e Liberdade adota como estratégia eleger deputados e se unificar com a direita golpista em nome da luta contra a "extrema-direita"

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), divulgou que decidiu em Congresso Nacional virtual, realizado no último final de semana “não lançar uma candidatura própria à Presidência da República em 2022“, bem como “apoiar a união das esquerdas para derrotar Jair Bolsonaro“. AS decisões teriam sido adotadas por uma maioria apertada de 56% dos 402 delegados inscritos para o evento.

No entanto, a resolução dotada pela maioria dos delegados e divulgada pelo próprio partido assinala que  

“O PSOL tem como prioridade a derrota da extrema-direita. Lutamos pelo impeachment de Jair Bolsonaro e sua inelegibilidade, mas sabemos que isso depende de fatores que não estão totalmente sob nosso controle. Ainda assim, temos feito nossa parte, lutando pela unidade da oposição no Congresso Nacional, estimulando a luta nas ruas e denunciando permanentemente os crimes de Bolsonaro e seus aliados”.

Entenda-se: a resolução não fala em momento algum de “união das esquerdas”, apoio a um candidato da esquerda, ou menos ainda no apoio ao único candidato da esquerda que realmente tem possibilidade reais, neste momento, de derrotar a extrema-direita, que tem nome e sobrenome, Luiz Inácio Lula da Silva, e que sequer é lembrado na Resolução do Partido.

Isso no momento em que Lula, maior liderança popular do Pais é única candidatura capaz de unir a imensa maioria da esquerda e com chances reais de liderar uma mobilização que possa levar à derrota não só da extrema direita como de toda a direita golpista.

Um acordo para não decidir nada e “negociar” tudo

Fica evidente que as diversas alas do PSOL fizeram um acordo no sentido de não aprovar, ao menos por hora, uma candidatura própria, mas deixar as portas abertas para uma ampla negociação que, como deixa em aberto a nota e declarações do PSOL não excluem a direita golpista que o próprio PSOL defende como aliado na “luta” contra a extrema direita, ou seja, a resolução deixa aberta a possibilidade de composição com candidatos da esquerda burguesa, como Ciro Gomes, e até mesmo da chamada “terceira via”, a pretexto de “derrotar a extrema direita”, uma vez que o texto não estabelece limites para as negociações a serem feitas pela direção do PSOL e avalizadas por uma das vianda mais ampla do que o reduzido número de delegados do Congresso do PSOL.

Acostumado a tomar decisões sem consultar as bases do partido, o PSOL aprovou que uma questão central como essa será decidida, de forma totalmente antidemocrática, deixar a decisão sobre a mesma para um grupo reduzido de dirigentes do Partido que integram a sua Conferência Eleitoral, formada majoritariamente por dirigentes do PSOL.

Assim ficou acertado:

Autorizar a Executiva Nacional do PSOL a iniciar diálogos formais para a construção de uma frente eleitoral das esquerdas com vistas à unidade no plano nacional, bem como autorizar as Executivas Estaduais a fazerem o mesmo no plano local quando possível, levando em consideração a necessidade de derrotar a extrema-direita e os governos reacionários que tenham agenda alinhada ao governo Bolsonaro.”

O estratégia eleitoral do PSOL é claramente, a mesma adotada pelo partido em todo o último período de crise do regime golpista, a defesa da frente ampla com a direita golpista, disfarçada com um discurso com alguns pequenos retoques de esquerda e direcionada a um claro e mesquinho interesse eleitoral, como assinala a nota do partido sobre a Conferência que assinala que

o PSOL definiu a superação da cláusula de barreira como tarefa estratégica do partido para as eleições de 2022

além da própria resolução que estabelece como verdadeira prioridade

Eleger deputadas e deputados comprometidos com a derrota da extrema-direita, mas acima de tudo, com a classe trabalhadora e os excluídos, é parte fundamental da nossa tarefa. Disso depende nosso projeto partidário, especialmente diante de medidas antidemocráticas como a cláusula de barreira.

A solução para a crise: eleger deputados

O PSOL reafirma que sequer tem uma política de esquerda, independente para crise que, neste momento, leva o País a mais de 600 mil mortos, coloca mais de 120 milhões de brasileiros em situação de “insuficiência alimentar” (fome), recorde de desemprego etc. etc. A saída do PSOl seria “eleger deputados”, para o que o Partido deixa claro que vai discutir todo tipo de aliança e acordo.

A refer6encia a uma possível unidade de esquerda, é apenas uma menção para ser usada nas negociações, inclusive com o próprio PT, de quem dirigentes do PSOL já declararam que esperam um “compensação” por Apoiar Lula, incluindo a possível exigência – tão cara para a direita – de que o PT possa abrir mão de seu candidato ao governo paulista, Fernando Haddad.que lidera as pesquisas ou empata com o mais cotado da direita – Geraldo Alckmin. Para o que, não faltará uma mãozinha da imprensa golpista, que tem Boulos na sua folha de pagamento e que não se cansa de elogiar o psolista.

O que, se devidamente recusado, poderá ser usado como pretexto para reverter a pequena maioria estabelecida no Congresso a favor da “união das esquerdas”, seja para se unir a um candidato diretista da esquerda, como Ciro Gomes, seja para lançar um candidato laranja do próprio partido, que sirva apenas para dividir a esquerda e ser usado, pela direita contra Lula; ou quem sabe – ir mais à direita ainda – e apoiar um candidato da “terceira via”, da frente ampla que psolistas apoiaram e apoiam em momentos decisivos, como neste em que a direita (disfarçada de centro) tenta se infiltrar e dominar os atos da esquerda por Fora Bolsonaro e contra toda a direita golpista.

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