Mais um episódio que poderia ser tratado até de modo folclórico, diante do absurdo que é a Policia Militar Brasileira, instituição de extermínio do povo pobre e negro e que é absolutamente repudiada pela população de conjunto, aconteceu na zona sul de São Paulo, em 22 de janeiro, em que três homens negros, identificados como Lennon Seixas Vieira da Silva, de 27 anos, e os irmãos Bruno Souza dos Prazeres, de 27 anos, e Rodrigo Souza dos Prazeres, de 31 anos, foram ”abordados” pelo aparato, acusados de sequestrar um médico e sacar dele 900 reais.
Em flagrante e denunciados pelo Ministério Público por sequestro-relâmpago, no entanto, no momento em que acontecia o fato, porém, dois deles eram abordados por PMS, enquanto andavam na rua.
Para comprovar de que se tratam de racistas que enxergam todos negros como criminosos a serem enjaulados, as imagens das câmeras de segurança do local provaram, através da confirmação facial com familiares das vítimas, que nunca tiveram nada a ver com o fato, além do mais nem se pareciam com a descrição dos supostos ”bandidos” que também seriam negros, o que foi utilizado como um pretexto para prendê-los.
A família de um dos jovens obteve imagens de uma câmera de segurança do bairro que mostra quando Lennon e Bruno foram abordados pela PM e fotografados entre 22h57 e 23h15. Segundo boletim de ocorrência registrado pela vítima, ela esteve em poder dos criminosos das 20h às 23h. O carro do médico, relatou a PM no boletim do flagrante, foi encontrado às 23h, a 600 metros do local onde a polícia abordou Lennon e Bruno.
É preciso denunciar que este é o modo de agir diariamente da PM, reprimindo brutalmente a população pobre e negra, e encarcerando esta população utilizando de todos os pretextos possíveis, o que acarreta em hoje cerca de quase 1 milhão de pessoas vivendo o absoluto inferno na terra. Somente com a dissolução da Polícia Militar e pela formação de comitês de segurança criados pelos próprios moradores dos bairros é que o povo estará realmente seguro diante de qualquer problema concreto.
Mesmo com a divulgação do video que inocenta os três homens, a juíza Maria Fernanda Belli da 1a vara criminal de São Paulo negou o pedido de liberdade provisória requerido pelo advogado de Lennon. Ela também, curiosamente, é a mesma juiza de outro caso de prisão de quatro jovens, no Capão Redondo, caso de roubo em que as famílias também agem para provar inocência de quatro jovens, naturalmente, negros e pobres.
Casos como esse não são exceção e sim regra, o estado burguês e a PM são um organismo de esmagamento da população pobre e preta, já está ficando mais claro isso pela expressão que tomaram os grandes levantes populares em relação a violência que os negros sofrem – George Floyd nos Estados Unidos e João Alberto no Brasil – mas também na própria organização das famílias destes que foram encarcerados de maneira arbitrária pelo estado burguês golpista.