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Eleições 2022

Pesquisa admite: Lula é o candidato que derrota Bolsonaro

Pesquisa publicada no Ipec, divulgada pelo Estadão, mostra o ex-presidente em primeiro lugar em potencial de votos contra todos os demais candidatos, inclusive Bolsonaro

O jornal burguês O Estado de São Paulo publicou uma matéria sobre as eleições de 2022. Nela, uma pesquisa realizada pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), entre os dias 19 e 23 de fevereiro, quando 2.002 pessoas foram ouvidas em 143 municípios.

Metade dos entrevistados disse que votariam com certeza ou poderiam votar em Luiz Inácio Lula da Silva, caso o ex-presidente consiga ser candidato à presidência da República. Ele aparece na frente do atual presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e também dos possíveis candidatos Sérgio Moro (no momento, sem partido), Luciano Huck (no momento, sem partido), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede Sustentabilidade), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Guilherme Boulos (PSOL).

Não é possível esconder que Lula é o político mais popular do Brasil. O ex-presidente foi preso e condenado por meio de processos fraudulentos da Lava Jato, organizados com a participação direta dos Estados Unidos para impedi-lo de concorrer às eleições presidenciais de 2018. Na época, mesmo preso, Lula aparecia como o primeiro colocado nas pesquisas eleitorais. Sua candidatura foi cassada ilegalmente com base na Lei da ficha Limpa e, para conseguir prendê-lo, aprovou-se a prisão em 2ª instância, algo que afronta cláusulas pétreas da Constituição Federal de 1988. A Carta Magna estabelece que ninguém pode ser preso até que a sentença transite em julgado em 4 instâncias.

As publicações de tendências de votos dos institutos de pesquisa da burguesia são, mais do que expressões da realidade, expressões da política da burguesia. Contudo, não são abstrações por completo, baseiam-se em aspectos reais da situação política, mas a interpretação dos resultados é feita de forma a expressar sua política e seus interesses. Por exemplo, se a pesquisa apresentasse Lula como último colocado e com a maior rejeição, a desmoralização dela seria imediata, dado que ele é o maior líder popular do País e o principal candidato nas eleições presidenciais. A política por trás desta pesquisa, considerando a distância das eleições, tem mais um caráter de alertar os setores da burguesia sobre a polarização, a força eleitoral que o ex-presidente tem e a necessidade deles novamente se unificarem em torno de Bolsonaro, na inviabilidade de um candidato de direita “competitivo”.

É como ocorreu em 2018. Enquanto os institutos de pesquisa burgueses apresentavam Lula liderando todas as pesquisas de intenção de voto, a burguesia, não por acaso, o processou, prendeu e cassou seus direitos políticos, tirando-o das eleições a força, de forma criminosa. Diferente, por exemplo, do que os mesmos institutos de pesquisa fizeram nas eleições municipais de 2020 em São Paulo. Na ocasião o DataFolha, desde o início do ano, mostrou Guilherme Boulos (PSOL) com 11% das intenções de voto, enquanto que o candidato do PT (Jilmar Tatto) aprecia, estranhamente, com apenas 1%. Boulos não teve seus direitos políticos cassados pela burguesia, pelo contrário, foi ao 2º turno e reconheceu a vitória de Bruno Covas (PSDB). Logo, o índice de intenção de voto atribuído a Boulos pelo DataFolha, da Folha de São Paulo, diferente do caso Lula, tinha como objetivo impulsionar a campanha do psolista. Ao mostrar um cenário em que a candidatura do PSOL era muito mais forte que a do PT, o instituto não mostrava uma realidade, pelo contrário, falsificava uma realidade para atender sua política de isolar o PT, como ficou comprovado, transferindo os votos de parte expressiva do eleitorado petista para Boulos (PSOL).

O fato de Lula aparecer em primeiro lugar, desta forma, não indica que a burguesia apoie sua candidatura. Pelo contrário, ela organizou o golpe de Estado de 2016 e a fraude eleitoral de 2018, que pôs Jair Bolsonaro na presidência da República. A Lava Jato não poderia ter intervido no resultado das eleições sem o apoio da burguesia e sua imprensa.  Os partidos burgueses (MDB, DEM, PSDB, PSD, Progressistas, Republicanos, PTB), o conjunto da imprensa burguesa (Estadão, Folha, O Globo), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Embaixada dos Estados Unidos, o Poder Judiciário e as Forças Armadas apoiaram a Lava Jato e a conspiração judicial para prender Lula e atacar o PT. O objetivo final era bani-lo da vida política do país, relegá-lo ao esquecimento, classificá-lo como um ladrão e criminoso e, por fim, eliminá-lo da consciência popular. O que não se concretizou.

A burguesia quer mostrar que a polarização política pode resultar na eleição de Lula em 2022, o que é indesejável. Em diversas ocasiões, as forças da burguesia assinalaram que não estão dispostas a aceitar Lula. A candidatura do ex-presidente em primeiro lugar nas pesquisas é uma espécie de aviso, um alerta para os demais setores burgueses. Daí que se torna compreensível o por quê da burguesia tentar pôr um fim na polarização política, pois ela favorece a esquerda.

A mobilização em torno da anulação dos processos da Lava Jato e a restituição dos direitos políticos de Lula é a tarefa central da esquerda na atual conjuntura política. A polarização no país se dá em torno de Jair Bolsonaro e Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT), única força política capaz de se contrapor a Bolsonaro no terreno eleitoral.  Lula é um político apoiado pelos movimentos populares e operário, com base social de massas, particularmente na população pobre e trabalhadora.

A esquerda precisa ter uma perspectiva concreta de poder. Não adianta ficar em lutas parciais contra determinadas medidas aprovadas pelos governos golpistas. A luta real gira em torno do poder político, isto é, do controle sobre o aparelho de Estado. Lula se diferencia dos demais candidatos da esquerda, uma vez que tem grande popularidade e força eleitoral, sendo capaz de mobilizar as massas.

A pesquisa traçou um perfil dos eleitores de cada candidato. No caso de Lula, pelos dados apresentados, é evidente que sua principal base de apoio é a população operária, embora ele tenha ampla aceitação nas camadas médias também.

Apesar de farta comprovação da conspiração golpista para tirar Lula das eleições e dos escândalos em torno da Operação Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal (STF) procura manobrar e não colocar em pauta a anulação dos processos contra o ex-presidente. Mais uma vez, comprova-se que a burguesia faz de tudo para impedir a candidatura de Lula, que é uma arma poderosa do povo contra o golpe de Estado e o imperialismo.

O impedimento de Lula se candidatar significa um verdadeiro golpe nos direitos democráticos do povo. Este último tem de ter o direito de votar em quem quiser. Além disso, o ex-presidente é uma alternativa concreta, no curto prazo, ao bolsonarismo e à direita golpista tradicional, que lançou o país na miséria, na doença e no genocídio.

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