O chicago boy Paulo Guedes, afirmou, nesta quinta-feira (26/8), que a taxa extra na conta de luz deverá ser aumentada novamente devido à crise hídrica. Para o chefe da pasta, “não adianta ficar sentado chorando”. A declaração foi feita na manhã de quinta-feira em audiência pública no Senado.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reajustou a bandeira tarifária das contas de luz em junho por causa da pior seca já enfrentada pelo país nos últimos 91 anos, crise causada pela má gestão dos governos com os recursos naturais. A bandeira vermelha, atualmente em R$ 9,49, passará para R$ 14,20 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A Aneel, contudo, defendia que o valor fosse de R$ 19,00, cobrado por três meses.
“Temos de enfrentar a crise. Vamos ter de subir a bandeira, a bandeira vai subir. Vou pedir aos governadores para não subir automaticamente [o ICMS da energia elétrica], eles acabam faturando em cima da crise. Temos de enfrentar, não adianta ficar sentado chorando”, disse Guedes.
Nessa quarta-feira, (25/8), o ministro já havia feito declaração polêmica sobre o assunto. Ele questionou a reclamação dos brasileiros sobre o preço da conta de luz. “Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”, indagou.
A baixa capacidade de armazenamento dos reservatórios hídricos obriga o acionamento das usinas térmicas, que além de serem mais caras, são também mais poluentes. Isso causa o aumento no custo da geração de energia, valor que é repassado aos consumidores.
Atualmente, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que juntas respondem por 70% da capacidade de geração de energia do país, estão com apenas 22,5% da capacidade de armazenamento. Não há previsão de grande volume de chuva para o próximo mês.
O ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, deu início ao programa de estímulo ao racionamento de energia destinado a grandes consumidores. A medida entrou em vigor na segunda-feira (23/8), após a publicação de uma portaria no Diário Oficial da União. Como é de costume do governo golpista, sabemos que esse racionamento não será somente aos grandes consumidores, mas sim afetará com muita violência a população pobre do país.
A medida é a primeira do governo ilegítimo de Bolsonaro para tentar amenizar o problema. Batizado de Redução Voluntária de Demanda de Energia Elétrica (RDV), o programa é destinado para grandes consumidores que se disponham, voluntariamente, a diminuir o consumo de energia de quatro a sete horas por dia. Mas será que esses grandes consumidores irão aceitar “voluntariamente”, é claro que não, será neste momento que grandes “apagões” irão começar a se multiplicar no Brasil, como já vimos no Amapá.
As empresas devem reduzir ao menos 80% do consumo médio diário de energia. Se isso ocorrer, o governo dará aos participantes compensações financeiras. De acordo com a portaria do MME, a diferença será retornada ao consumidor via encargos cobrados na conta de luz.
O governo federal também determinou a redução do consumo de energia, entre 10% e 20%, em prédio públicos. A medida durará até abril de 2022.
O aumento da conta de energia é mais um abuso inaceitável do governo Bolsonaro. O real motivo para a crise hídrica é a destruição das empresas nacionais, sobretudo a Eletrobras e a Petrobras, levada a cabo pelos golpistas Michel Temer e Jair Bolsonaro. O povo não tem nada a ver com o fato de que decidiram entregar o País para os bancos e não deve pagar um centavo por isso.