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Mentiras, mentiras...

O que Cuba tem a ver com o Afeganistão?

E seguir um princípio básico: grandes meios de comunicação atendem a grandes interesses.

(*) Marcia Choueri, correspondente em Cuba

Informações extraídas de Lecciones afganas de Fabrizio Casari. Publicado em: www.altrenotizie.org

Eu não sei praticamente nada sobre o Afeganistão, aliás, como uns 99% dos habitantes do Ocidente. E, como 99% dos que já sabiam ler em 2001, tenho memórias visuais do ataque às Torres Gêmeas, do governo dos talibãs no Afeganistão e da invasão norte-americana.

Depois disso, não me lembro de praticamente nada mais sobre esse país, exceto que é muito pobre. São uns 20 anos de silêncio da grande imprensa internacional. Pareceria até que literalmente desapareceram do mapa.

Claro que o país e o povo continuaram lá. Claro que a história deles não parou por 20 anos. Daí, o Trump negociou uma saída “honrosa”, mas não tanto, e o Biden rapidamente a cumpriu.

E eu – e mais 99% dos ocidentais – voltei a saber que o Afeganistão existe, que os talibãs continuam firmes e que retomaram, em questão de horas, o controle do país DELES.

O que a imprensa não nos conta:

– 1. que a desculpa de combater o terrorismo era mentira. Os Estados Unidos sabiam que eles não tinham nada a ver com o ataque às torres. Afinal, o Talibã, herdeiro dos Mujaedim, se formou como projeto dos Estados Unidos contra a União Soviética e, assim como o ISIS e a Al Qaeda, são financiados e apoiados pela Arábia Saudita e Emirados do Golfo, também aliados dos Estados Unidos.

– 2. que o principal objetivo dos Estados Unidos com a invasão era geopolítico e econômico, uma tentativa de conter a influência da China e da Rússia num dos territórios mais ricos do planeta – petróleo e gás, lítio e terras raras –, que, aliás, os Estados Unidos não puderam explorar porque, nesses 20 anos, nunca conseguiram controle verdadeiro da região.

– 3. que um objetivo econômico, sim, foi alcançado. A indústria bélica – verdadeira locomotiva da economia norte-americana – ganhou nesses 20 anos muitos milhões de dólares. E, como bônus, agora as forças da OTAN terão de ser reequipadas, e só pode ser com material produzido nos Estados Unidos.

– 4. Outro objetivo econômico que foi atingido refere-se à produção de ópio no país, que nesse período cresceu 40 vezes. O dinheiro – e é muito dinheiro! – movido por esse negócio não é rastreável e pode ser utilizado pela CIA e outras agências ocidentais, sem autorização de ninguém nem publicidade, para financiar ações de desestabilização de governos que não são da simpatia dos Estados Unidos.

– 5. A preocupação com as mulheres afegãs é só hipocrisia mesmo.

E o que isso tem a ver com Cuba?

Tem a ver com Cuba e com todos os países que, de alguma forma, desagradam os Estados Unidos e seus aliados.

As armas são as mesmas: manipulação da informação, uso emocional de imagens, omissões e mentiras, repetição ad nauseam do mesmo em todos os jornais e meios de comunicação, “como se” tivessem origem na mesma fonte.

Por exemplo, o discurso antiterrorismo. Os governos norte-americanos, inclusive o atual, criam listas do “eixo do mal”, ou dos “que não combatem o terrorismo”, para justificar medidas coercitivas que asfixiem a economia desses países, e a imprensa reproduz essa informação como se fosse “verdade”.

O fato de que os Estados Unidos tenham criado mais de um grupo terrorista em outros países, para servir aos seus objetivos, ou que seja o maior aliado de Israel, que pratica terrorismo de Estado todo o tempo contra os palestinos, não sai em nenhum jornal.

Cuba, que nunca financiou ou alentou atos terroristas; pelo contrário, foi vítima de numerosos atentados, está novamente na tal lista, que a imprensa burguesa nunca questiona. Isso induz a opinião pública a associar o regime cubano ao terrorismo

O uso de imagens para distorcer a informação, ou mesmo de imagens falsas, é outro recurso de que abusam sem pudor. Porque, mesmo que se consiga obrigá-los a desmentir, é muito difícil apagar os efeitos da divulgação. Por exemplo, ver gente caindo dos aviões foi terrível. Quantos jornais disseram que os que estão desesperados para fugir são os que colaboraram com os norte-americanos? E, pior ainda, que os norte-americanos, quando se retiram, não protegem os que colaboraram com a ocupação?

Na exploração dos eventos de 11 de julho em Cuba, a utilização de imagens falsas foi escandalosa. Usaram fotos de manifestações favoráveis à Revolução como se fossem contrárias, fotos e vídeos de outros países. Às vezes, as falsificações chegam a ser grosseiras, qualquer observador um pouco mais atento perceberia.

E aqui está o ponto ao que queria chegar. Não importa se falamos de Afeganistão, Cuba, Venezuela, Irã, ou qualquer outro, é preciso estar atento, conferir a veracidade, desconfiar sempre. E seguir um princípio básico: grandes meios de comunicação atendem a grandes interesses. Simplesmente não confie. Nunca é o que parece.

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