A política genocida de Bolsonaro, do Congresso, dos governadores e prefeitos tem um principal alvo: a população pobre e trabalhadora do Brasil. E, bem no meio desse alvo, está o seu setor mais oprimido: o povo negro. Não há divulgação de dados oficiais sobre a etnia das vítimas da desastrosa política da burguesia em relação à pandemia da COVID-19, mas não há mistério sobre qual parcela da população é a mais afetada diretamente pelo vírus.
Apesar disso, um levantamento feito pela empresa privada Brigham Health, nos EUA, demonstrou que bairros “negros” historicamente segregados foram os menos testados e com maior índice de contaminação quando comparado com bairros “brancos”. De acordo com eles, os bairros mais vulneráveis têm 23% mais chances de serem diagnosticados com a doença, 32% a mais de chance de falecer e 29% menor possibilidade de ser testado. No Brasil não é nada diferente.
A população trabalhadora e negra no Brasil é maioria absoluta das mais de 300 mil vítimas da política genocida da burguesia. Essa parcela da população é que mais precisa se expor nas ruas para garantir o próprio sustento e o da família, já que a burguesia cortou até mesmo o auxílio emergencial em pleno agravamento da crise econômica e sanitária.
Para não passar fome, a população mais pobre, que é a população negra, enfrenta transporte público lotados, desemprego, aumento da repressão com a política de “lockdown”, dificuldade de acessar o sistema público de saúde. A população negra é também maioria absoluta nos presídios, um dos principais focos de contaminação, onde há aglomerações sistemáticas.
Falando em vacina, a população negra mais uma vez fica atrás. Devido a menor expectativa de vida, os trabalhadores negros estão no fim da fila para receber as vacinas, mesmo aqueles que mais se expõem. A burguesia genocida, por intermédio de Bolsonaro, do Congresso, governadores e prefeitos, não tem interesse em exigir uma quebra de patente e investir em produção própria de vacinas, já que são vassalos direto do imperialismo e decidiu disponibilizar as poucas vacinas que compra apenas para os idosos, assim como para empresários e, claro, suas próprias famílias, já que a Justiça decidiu garantir o direito de que empresas comprem vacinas de forma independente do Estado.
Para eles, basta fazer demagogia com política de distanciamento social e de repressão como o chamado lockdown. Nada de vacina para a população mais pobre, nada de auxílio, nem mesmo condições mínimas de trabalho são dadas. O trabalhador brasileiro, em especial o trabalhador negro, são tratados como verdadeiros escravos pela burguesia golpista e de seus representantes nos governos.