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O momento oportuno

Não há mais tempo, é preciso anunciar a candidatura de Lula

Criar uma enorme campanha de massas pela candidatura do ex-presidente Lula é a única alternativa para interromper o caminho que leva a ditadura e a catástrofe que o regime percorre

Os recentes acontecimentos políticos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – a anulação das condenações da Lava-jato de Curitiba e a condenação do ex-juiz Sérgio Moro por suspeição – criaram uma ilusão em setores de esquerda de que as instituições do regime político estariam, mesmo com atraso, combatendo a extrema-direita e reparando as distorções do regime político erigido após o golpe de Estado. Essa ilusão contribui para a paralisia da esquerda, que crê que o regime político estaria caminhando para sua normalidade, o que permitirá à esquerda disputar a próxima eleição amparada na legalidade.

Com esse novo rumo, que setores da creem estar ocorrendo diante de seus olhos, de retorno a normalidade perdida após o golpe de Estado de 2016 e tendo o Supremo Tribunal Federal como guia, permitem-se relaxar, contando com a vitória antes do tempo. Discutem possíveis alianças eleitorais e programa de governo e há ainda setores que até conjecturam sobre a possibilidade de lançar candidatos no primeiro turno. No entanto, trata-se tão e somente de uma ilusão, que pode ter consequências muito negativas para a luta contra o golpe, a direita e a extrema-direita.

Ao contrário do que crê a esquerda pequeno-burguesa e mesmo setores do próprio Partido dos Trabalhadores, que foi duramente atacado e perseguido pelas instituições do regime político e pelo próprio STF, não há retorno à normalidade perdida, considerar a situação política dessa maneira nada mais é que identificar um desejo com a realidade. A possibilidade da candidatura do ex-presidente não é um fato consumado, muito menos a vitória eleitoral em 2022; a própria realização da eleição é uma incógnita. Há muitos elementos, inclusive imprevistos, que poderão ainda compor o jogo político nacional.

As decisões do STF, tanto no caso que anulou as condenações do ex-presidente no âmbito da justiça federal de Curitiba, quanto a condenação de Sergio Moro por suspeição, não são reparações tardias pelo bem do regime democrático e nem muda o caráter golpista do STF, que foi um dos personagens principais na eleição de 2018 que levou Bolsonaro ao poder, mas uma expressão da luta subterrânea que se trava no interior do bloco golpista. A intensidade da luta criou uma brecha que favoreceu as amplas massas trabalhadoras do país, que veem na candidatura um meio de lutar contra o golpe e os golpistas. Porém não tardarão em fechá-la.

Há ainda aqueles que viram nas decisões do STF uma sinalização de um setor da burguesia a Lula, o que se mostrou completamente falso, a burguesia de conjunto se colocou contra a candidatura Lula e trabalha freneticamente para atacá-la e impedi-la. E existem muitos meios que o bloco golpista dispõe para impedir a candidatura Lula.

Todas essas ilusões correspondem ao estado de espírito de todo um setor da esquerda, apavorado pela profunda crise política e social, que foge completamente do seu roteiro de atuação, posto que foram formados apenas para a atuação parlamentar, inteiramente inútil para solucionar ou dar uma perspectiva de solução da crise, sonham, portanto, com uma solução pacífica e tranquila, e se agarram como tábua de salvação nesse sonho.

O bloco político da burguesia golpista, que inclui a burguesia, seus partidos, a extrema-direita e as instituições do Estado nacional, não se desfez, no que se refere ao combate contra os interesses do povo brasileiro e contra a esquerda. A esquerda que defende os interesses populares somente conta com o povo trabalhador e suas organizações. É somente se apoiando nessa base social de milhões de trabalhadores que a esquerda poderá colher frutos. No entanto essa base precisa ser mobilizada, organizada, direcionada, somente assim as massas entram em campo no jogo político e disputam pelos seus interesses, de outra maneira ficam como espectadores que acompanham de longe e sendo informados dos lances por aqueles que defendem o time adversário.

O quadro político nacional é de extrema gravidade e exige uma posição enérgica da esquerda. A crise sanitária provocada pelo coronavírus e a prevalência da política neoliberal mesmo nessa já nos levou a uma verdadeira catástrofe que cresce dia a dia situação, o estado nacional está a beira de um colapso administrativo. A crise econômica profunda e a inflação castigam duramente o trabalhador, jogando milhões e milhões na miséria e colocando o país próximo de verdadeiras rebeliões populares.

O governo genocida de Bolsonaro, assim como os governadores igualmente genocidas, antecipam a crise e aumentam a repressão. Nos Estados há toque de recolher, aumento do policiamento, a Polícia Militar está cada vez mais descontrolada, a repressão se generaliza em nome, supostamente, da redução da circulação do vírus. Em âmbito federal, as Forças Armadas do Bolsonaro, como ele mesmo se referiu, estão realizando operações de Garantia da Lei e Ordem, um treinamento para uma intervenção em larga escala se necessário. O judiciário, como o próprio STF, prende, como no caso do deputado bolsonarista Daniel Silveira, com base na Lei de Segurança Nacional, um resquício da ditadura na legislação. O próprio governo, adentrando o caminho aberto pelo STF e autorizado um setor da esquerda que apoiou a medida antidemocrática, passou a perseguir cidadãos que critiquem o governo, usando a mesma lei.

Ou seja, o regime político está se tornando mais e mais autoritário e a rota que trilha, longe de ser o retorno a normalidade perdida, aproxima-se mais e mais da ditadura, regime admirado por Bolsonaro e pelos militares que chancelam o regime político atual. Vivemos com a espada de Dâmocles sob a cabeça.

A perseguição ao ex-presidente Lula não cessou e não cessará, ao contrário, aprofunda-se. Há muitos processos farsa em que Lula pode ser condenado, a burguesia dispõe de vários mecanismos para tirá-lo da eleição se utilizando do judiciário, para dar um ar de legalidade, no limiar os militares podem intervir, essa possibilidade não pode ser de maneira alguma descartada.

A única maneira de impedir que a burguesia ocupe todos os espaços políticos e direcione o regime político para onde melhor lhe convém é que as forças populares entram em cena e criem barreiras e mesmo ocupem os espaços antes dominados pelos inimigos de classe. Essa é uma função da candidatura do ex-presidente Lula, e que somente pode ser feita por ele ser um centro de aglutinação das forças populares. A candidatura Lula deve ser lançada imediatamente com um chamado a toda a esquerda, ao movimento operário, aos movimentos sociais, ao povo brasileiro para apoiar e se mobilizar por essa candidatura e lutar desde já contra as manobras da direita e do governo para impedi-la. É somente um movimento dessa envergadura que pode paralisar a sanha golpista dos militares.

Por isso, é hora de lançar a campanha Lula candidato, Lula presidente; criar milhares de comitês pela candidatura do ex-presidente Lula, organizar a maior campanha política da nossa história por Lula presidente, contra a direita e o golpe.

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