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História para boi dormir

Mourão indica que militares contam com nova fraude contra Lula

Com Lula elegível, até os militares tentam se transvestir em defensores da democracia e da ciência, mas na verdade, anunciam nova fraude para tirar Lula das eleições em 2022.

O vice-presidente Hamilton Mourão, tenta, também, descolar sua carteirinha de “científico” e “democrático” perante a gigantesca hecatombe social. Para tal, ele declarou em entrevista para a Folha que aceitaria Lula  presidente caso ele fosse eleito pelo povo, como também comentou sobre a incompetência do poder público no combate à pandemia. Pois bem, considerando o interlocutor, sem muito esforço, qualquer um percebe que se trata de história para boi dormir. O general, que carrega o semblante da representação militar no governo, busca enganar os desavisados e esconder o novo golpe já arquitetado para as eleições de 2022, como também, não tira lenha da possibilidade de intervenção militar. 

“É aquela história: o povo é soberano. Se o povo quiser a volta do Lula, paciência. Acho difícil, viu, acho difícil”,

declarou Mourão na quarta-feira 10. 

O general critica, ainda, a decisão desesperada do STF:

“O Judiciário está com um poder acima dos outros dois e, consequentemente, isso leva a uma instabilidade jurídica”.

Tudo bem que o STF não é um exemplo de órgão democrático, são basicamente monarcas, agora tamanha tranquilidade para reafirmar o tradicional espírito democrático dos militares também já é bem duvidosa, senão uma mentira escancarada. Foram eles os responsáveis pelo golpe de 64, e por uma ditadura sangrenta que durou 20 anos no País. Agora, afirmar a improbabilidade de Lula – o candidato mais popular – ser apoiado pelo povo, demonstra na verdade que Mourão não defende a democracia eleitoral, mas justamente, o oposto. Para ele, já é óbvio que Lula deverá ser alvo de uma nova fraude política para não participar das eleições, por isso, sua vitória deve ser “difícil”. 

O companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária explicou isso com prontidão em sua conta oficial do twitter:

“Hamilton Mourão declarou que os militares vão aceitar qualquer resultado da eleição. Refere-se a Lula. A declaração significa que crê que vão tirar novamente Lula da eleição com truques jurídicos baixos. No mais, quem for muito ingênuo que acredite em tais promessas.”

É importante compreender que no regime decadente da burguesia, quem controla as eleições são os burgueses. Ou seja, ganha quem a burguesia achar mais favorável para controlar a situação política. Sendo assim, em 2018, por exemplo, ela se viu forçada a prender Lula e impedir sua candidatura, uma vez que essa poderia muito mais do que vencer no pleito, estourar uma enorme mobilização popular no País. 

Esse golpe, como todos os clássicos da burguesia, passou também pelo crivo de sua força armada e repressiva, os próprios militares. Mourão, que está no exército desde 1972, sabe muito bem que as eleições são por via de regra, fraudadas. Mas agora, no meio do golpe de estado e da crise, a situação é ainda pior. Por isso, o general se prontifica para defender os princípios democráticos, mas pelos fundos faz, em conjunto com todos os golpistas, um trabalho de sapa para consolidar a fraude eleitoral e pior, para preparar, se necessário, uma intervenção militar.

Nesse âmbito, a declaração busca também ocultar a probabilidade de intervenção militar no governo, uma vez que “o povo é soberano” e tem o direito de escolher seus candidatos. Sobre isso, é importante ter clareza de que um golpe militar já está organizado, apenas aguarda uma ordem da burguesia para ser colocado em prática. Para a esquerda e para toda a classe trabalhadora, é fundamental ter em mente que quanto mais os militares pensam em intervir, mais eles negam suas intenções e tentam se passar de defensores da “democracia”.

Na entrevista, Mourão também critica a condução da pandemia por seus comadres golpistas, em especial, de Jair Bolsonaro. 

“Faltou realmente uma campanha intensiva por parte não só do governo federal, mas também pelos demais entes federativos, de conscientização da população. A população tinha de se conscientizar das limitações que essa doença provoca.”

Ele também criticou, como se não estivesse fazendo parte com sua própria colocação, a politicagem dentro do falso combate à pandemia:

“A pandemia foi usada politicamente tanto pelo nosso lado quanto pelas oposições. Isso foi até ruim. Esse uso político da pandemia é péssimo”.

Fica evidente que o vice-presidente também tenta se colocar no clubinho da “direita científica contra Bolsonaro”, a qual vem, desde o começo da pandemia, jogando o peso da crise sanitária e econômica para as costas da população. Nesse âmbito, o general, assim como os governadores, também se mostra um “cientista” fracassado. Ao invés de criticar o plano de vacinação inexistente, a falta de testes em massa ou a reabertura genocida dos comércios e das escolas, ele critica a falta de conscientização do povo.

Ora, como se o problema real fosse a necessidade de ensinar o povo a ficar em casa, a usar a máscara, etc. Já é amplamente sabido que não existe “ficar em casa” para a população, os golpistas forçaram o povo a sair às ruas, a pegar os transportes lotados e a se contaminar nos meios de trabalho. Realmente, o poder público deveria, no mínimo, ter uma campanha eficiente de conscientização sobre o coronavírus, mas sem vacina e sem um auxílio digno para que possa haver o isolamento, de nada adianta jogar a culpa na ignorância do povo.

Mourão, por fim, se faz de palhaço, daquele estilo bem demagógico. Critica a decisão do STF e apoia a democracia eleitoral, sendo que seus prestigiados militares apoiaram o golpe com o STF e preparam uma nova fraude para 2022. Além disso, ele também critica a politicagem com a pandemia, mas participa abertamente dela.

A esquerda não deve entrar na onda do Mourão “responsável”, ou dos militares “democráticos”, como cegamente ela entrou em relação aos governadores. Pelo contrário, Mourão anunciou que será imposto um golpe de estado dentro do golpe de estado, é necessário uma massiva mobilização em torno da candidatura de Lula, para passar por cima do pleito burguês e dos militares e assim derrubar Bolsonaro e todos os golpistas!

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