Quando o fascista Jair Bolsonaro criticou Bruno Covas (PSDB) dizendo que o falecido prefeito, a quem ele chama de “o outro, que morreu”, havia fechado São Paulo e ido assistir ao jogo entre Palmeiras e Santos, no Maracanã, o filho do prefeito revidou o presidente em defesa do pai: “covarde que nunca saberá o que é o amor”, disse Tomás Covas.
Deixando de lado a “falta de amor” do falecido prefeito da maior cidade do País durante sua carreira política na capital paulista, a esquerda pequeno-burguesa e todo o partido golpista da Social Democracia do Brasil (PSDB) aproveitaram a situação e saíram para fazer propaganda de um dos partidos mais nefastos da história do Brasil. Criado com o falso ar de progressista, o PSDB nos anos 90 e início dos anos 2000, sob o governo do neoliberal Fernando Henrique Cardoso, entregou boa parte do patrimônio nacional, como a Companhia Vale do Rio Doce, importante e rentável empresa de minério de ferro, a Telebrás, outra grande empresa estatal das telecomunicações e a Eletropaulo, cujo comprador recebeu um financiamento de 100%, dentre outros absurdos, roubo mesmo, contra as maiores riquezas do povo brasileiro.
Essas e outras empresas foram vendidas a preço de banana. A quantia arrecadada no período de privatizações, uma bagatela em torno de R$ 78 bilhões, poderia ser alcançada em poucos anos se as empresas ficassem em mãos dos brasileiros. A política privatista aprofundada pelo PSDB é uma covardia, um roubo, uma traição a toda nação brasileira e poderíamos dizer – por que não? – falta de amor ao povo brasileiro e muito amor aos capitalistas estrangeiros.
A esquerda pequeno-burguesa, a exemplo do deputado Marcelo Freixo (PSB), que já sacrificou sua candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro em favor de Eduardo Paes, do DEM, partido golpista e filhote da ditadura, na ânsia de atacar a descortesia de Bolsonaro com o falecido Bruno Covas, acabou defendendo quem ele gosta de defender, o PSDB e a frente ampla. “Quero manifestar minha solidariedade à família do Bruno Covas, que ao contrário de Bolsonaro sempre foi um homem digno. As ofensas grotescas do presidente jamais estarão à altura da memória do Bruno”, disse Freixo, que não perdeu a oportunidade de exaltar o prefeito que muito mal fez à população paulista, um político que em vida não teria moral para criticar Bolsonaro – presidente que ele mesmo e seu partido ajudaram a eleger -, pois ambos cometeram covardia, maldade e muita indignidade contra a população.
Na mesma linha de Freixo, querendo mais exaltar a “memória” de Covas do que de fato combater Bolsonaro na raiz do problema, Orlando Silva, cujo partido, PCdoB, vem vergonhosamente atuando para infiltrar o PSDB nas manifestações, disse que “o fracasso das manifestações de domingo subiu à cabeça de Bolsonaro. Desesperado, apareceu no cercadinho, onde o gado diminui a cada dia, para ofender a memória do prefeito Bruno Covas, que enfrentou uma doença letal com uma dignidade que jamais o presidente terá. COVARDE”. Essas são as atitudes da esquerda que embarca na campanha em prol do PSDB sob o pretexto de atacar Bolsonaro. Agindo assim, a esquerda torna-se uma aliada e propagandista da direita.
As baixarias do presidente golpista Bolsonaro são comuns a todos. Mas atacar Bolsonaro para exaltar a memória de quem fez muito mal para o povo paulista só favorece a campanha oportunista do PSDB para ajudá-lo a alavancar uma terceira via para disputar com Bolsonaro quem será o candidato da direita, contra o favorito Lula.
O desmonte promovido por Bruno Covas
Durante a pandemia do coronavírus, com desemprego e pobreza em alta, o prefeito Bruno Covas, o “digno”, na visão da esquerda frente ampla, cortou serviços sociais essenciais como a alimentação de pessoas carentes da cidade. Junto com João Doria, o “científico”, Covas acabou com a gratuidade dos transportes públicos para idosos, faixa etária bastante vulnerável nesse momento de pandemia; e demitiu ainda vários profissionais de saúde em pleno pico de contaminação. A prefeitura, em parceria com restaurantes, distribuía 7.500 refeições no centro da cidade. Covas reduziu drasticamente a quantidade, numa covardia e falta de dignidade semelhante à de Bolsonaro.
A política de desmonte social aplicada por Bruno Covas prejudicou a população mais carente numa cidade em calamidade social. Segundo o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, os governos Doria e Covas reduziram R$ 63,5 milhões no orçamento da pasta de Assistência Social.
A Frente Municipal em Defesa do SUS (Sistema Único de Assistência Social), em levantamento do órgão, informou que os governos Doria e Covas eliminaram 60 serviços de atenção básica, fechando mais de 15 mil vagas de atendimento em serviços essenciais à população em vulnerabilidade, incluindo o atendimento de muitas crianças.
Bolsonaro, Doria, Covas, dente outros, são políticos a serviço do imperialismo e da burguesia nefasta que comanda o Brasil, todos covardes e indignos, pois só atacam e maltratam a população brasileira. Se a burguesia chamar esses golpistas para apoiar Bolsonaro e atacar Lula novamente nas eleições eles estarão à disposição para tal manobra política.
Não convém a ninguém celebrar a morte de nenhum cidadão, mas exaltar a memória de um político covarde e indigno para o povo, querer torná-lo santo porque morreu, para atacar e fingir combater um outro político da mesma classe política- a burguesia entreguista e golpista-, é esconder a verdade e continuar preparando golpes contra a expropriada população brasileira.