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Às vésperas do 1º de Maio

Mais de 76 milhões de trabalhadores estão sem renda, diz IBGE

O regime golpista não toma e nem tomará qualquer medida real para enfrentar o problema do desemprego, pelo contrário, as reformas e medidas contra os trabalhadores aprofundam-no.

A situação social catastrófica do país pode ser medida pelos altos índices de desemprego que atingem as massas trabalhadoras. De acordo com o IBGE, o número de brasileiros sem emprego no Brasil ao fim de janeiro deste ano chegava a assustadores 14,3 milhões de pessoas.

Os dados já são o maior contingente desde 2012 quando iniciou a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). A taxa de desocupação chegou a 14,2%. Cabe lembrar que em 2014, ano da reeleição de Dilma Rousseff (PT) e da Copa do Mundo no Brasil, o país registrava 4,4% na taxa de desemprego, um dos menores índices da história.

Impulsionado pelas compras de final de ano que sempre estimula em algum grau o comércio e força novas contratações temporárias, o contingente de brasileiros com trabalho formal aumentou 2% e chegou a 86 milhões de pessoas. Cerca de 1,7 milhão ingressaram no mercado de trabalho formal nesse período quando em comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2020.

O índice de ocupação, que considera apenas as pessoas em idade de trabalhar atingiu 48,7%. Boa parte deste contingente, no entanto, é de trabalhadores informais, sem carteira assinada e que não contribuem para o INSS. Logo, trabalho contínuo e que não prevê aposentadoria.

Ainda de acordo com o IBGE, houve um aumento de 3,6% dentre aqueles brasileiros que trabalham sem carteira assinada, cerca de 340 mil pessoas. Outras 826 mil pessoas (+4,8%) se somaram se tornaram “empreendedores sem CNPJ” e se viram por conta própria. Há ainda os trabalhadores domésticos sem carteira assinada que já somam 3,6 milhões de brasileiros, um crescimento de 5,2% em comparação com o trimestre anterior. Assim, a taxa de informalidade no trimestre encerrado em janeiro chegou a 39,7%.

“A perda de força no crescimento da ocupação vem principalmente da menor expansão na Indústria, no Comércio e na Construção. E em relação à posição na ocupação, o trabalhador por conta própria e o empregado no setor privado sem carteira permanecem sendo aqueles que estão contribuindo mais para o crescimento da ocupação no país”, diz a pesquisadora do instituto Adriana Beringuy.

Para “os trabalhadores do setor privado com carteira de trabalho assinada e os empregadores” houve uma “estabilidade frente ao trimestre encerrado em outubro”. Já quando comparado com o mesmo período do ano anterior, o cenário é de queda. “São 3,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada a menos no setor privado. Já a queda no número de empregadores foi de 548 mil pessoas”.

Na comparação com o último trimestre (outubro 2020) foi registrada uma queda de 1,1% na população fora da força de trabalho. No entanto a quantidade de trabalhadores que “não estavam nem ocupados nem desocupados na semana de referência” chegaram a 76,4 milhões de pessoas. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, esse contingente cresceu 16,2%. Ou seja, mais de 76 milhões de trabalhadores estão sem renda.

Outras 11,3 milhões de pessoas estão na chamada força de trabalho potencial, que soma as pessoas em idade de trabalhar que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que tinham potencial para estar na força de trabalho.

Dentre eles estão os chamados “desalentados, grupo de pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar”. Para essa categoria houve uma variação de 2,3%, o que representa estabilidade frente ao trimestre anterior. O país teria 5,9 milhões de pessoas desalentadas, “o maior número desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012”.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando havia no Brasil 4,7 milhões de pessoas desalentadas, houve um acréscimo de 25,6%. São 1,2 milhão de pessoas a mais nessa situação.

Reacionarismo: emprego só na Agricultura e nos Serviços Domésticos

De acordo com o IBGE somente “três entre os dez grupamentos de atividades pesquisados pela PNAD Contínua cresceram na ocupação no trimestre encerrado em janeiro. Houve aumento de 4,8% no número de ocupados dos Serviços domésticos, o que representa 228 mil pessoas a mais no mercado. Já o aumento do setor da Agricultura foi de 2,7%, ou mais 225 mil pessoas. No mesmo período, cerca de 313 mil pessoas passaram a trabalhar no setor de Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, que teve a sua ocupação aumentada em 3,1%. Os números dos demais grupamentos ficaram estáveis”.

“A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foi uma das atividades menos atingidas pela pandemia. Esse resultado pode estar associado à mecanização da produção em larga escala. Além disso, é uma atividade desenvolvida principalmente fora da área urbana, não sendo tão impactada pelas medidas de isolamento social para o controle da pandemia, uma vez que não há grandes concentrações de trabalhadores, como ocorre nos serviços e no comércio”, explica Beringuy.

Quando é feita a “comparação com o mesmo período do ano anterior, houve queda de 2 milhões de pessoas no contingente de ocupados do Comércio (-11%), de 1,6 milhão em Alojamento e alimentação (-28,1%), de 1,3 milhão na Indústria (-10,3%), de 1,3 milhão em Serviços Domésticos (-20,8%), de 938 mil em Outros Serviços (-18,4%), de 702 mil em Transportes (-14,1%) e de 693 mil na Construção (-10,2%)”.

Notadamente o fato coloca em evidência a política econômica reacionária do regime que leva adiante um processo constante de desindustrialização do Brasil cujos golpistas pretendem transformar novamente em uma colônia agroexportadora para o imperialismo.

Os números também evidenciam os frutos da política neoliberal do Golpe de Estado dado em 2016. O regime golpista não toma e não tomará qualquer medida real para enfrentar o problema do desemprego no país, pelo contrário, as reformas e medidas contra os trabalhadores aprofundam-no.

Em apenas um ano o país perdeu R$ 15,7 bilhões oriundo da massa salarial em circulação

Apesar da estabilidade na massa de rendimento real habitual quando comparada com o trimestre anterior, sendo esta estimada em R$ 211,4 bilhões de reais, quando comparada com o mesmo trimestre de 2020, a queda na renda em circulação foi de 6,9%, representando uma redução de R$ 15,7 bilhões a menos na massa salarial em circulação.

Já o rendimento médio caiu 2,9% em comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2020 ficando em R$ 2.521. Há estabilidade quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

Dia do Trabalhador: 1º de Maio Classista e de Luta e nas Ruas

Diante de tal cenário desolador para os trabalhadores brasileiros, resta às milhares de organizações operárias – principalmente os sindicatos – elaborarem em conjunto com seus representados um plano para impedir que a classe operária se afunde ainda mais na miséria.

Não é possível que os dirigentes das organizações que dizem defender os trabalhadores e seus interesses de classe se limitem a assistir passivamente essa situação e esperar por eleições em 2022 que sequer estão garantidas sob o regime fascista de Bolsonaro.

É preciso uma grande mobilização de massas exigindo o fim carestia e do aprofundamento das condições de miserabilidade da população.

Nesse sentido Partido da Causa Operária (PCO), a Corrente Nacional Sindical Causa Operária, os Comitês de Luta e a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) chamam todas estas organizações a somarem-se por um “1º de Maio Classista e de Luta, Nas Ruas”.

O Dia do Trabalhador deve ser marcado por um grande ato público “Contra o Genocídio”, “Contra a Fome e a Miséria”, “Fora Bolsonaro, Doria e Todos os Golpistas” e “Lula Presidente, por um Governo dos Trabalhadores!”.

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