A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES), divulgou um boletim epidemiológico nesta quinta-feira (01), demonstrando que o estado do Maranhão chegou ao número espantoso de 4.434 profissionais da saúde infectados pelo coronavírus.
Apenas no interior do estado foram contados 1.049, sendo 178 registros em São Luís e em Imperatriz, 119 novos casos. Dos mais de 243 mil casos, 15.811 estão ativos, com 14.260 isolados; 962 internados em enfermaria e 589 em leitos de UTI.
No Brasil, os profissionais de enfermagem mortos pela doença no Brasil equivalem a 23% dos óbitos da categoria no mundo. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em todo o Brasil foram 702 enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem que morreram no Brasil em 365 dias. Só entre janeiro e março deste ano, morreram 234 profissionais de enfermagem, número que representa metade dos 468 óbitos em todo ano de 2020 no Brasil.
A realidade destes profissionais também foi constatada por um estudo sobre as condições de trabalho na saúde feito pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) em todo território nacional. De acordo com a pesquisa “Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19”, a pandemia alterou de modo significativo da vida de 95% desses trabalhadores e quase 50% admitiram excesso de trabalho ao longo desta crise mundial de saúde, com jornadas para além das 40 horas semanais.
Os participantes da pesquisa também relataram o medo generalizado de se contaminar no trabalho (18%), a ausência de estrutura adequada para realização da atividade (15%), além de fluxos de internação ineficientes (12,3%). Mais de 10% dos profissionais denunciaram a insensibilidade de gestores para suas necessidades profissionais.
Entidades internacionais alertam sobre escassez de trabalhadores. O Conselho Internacional de Enfermeiras disse que o esgotamento e o estresse levaram milhões de enfermeiras a pensar em abandonar a profissão. O presidente-executivo do ICN, Howard Catton, disse que as enfermeiras passaram por “traumatização em massa” durante a pandemia, sendo levadas à exaustão física e mental.
Segundo o observatório de enfermagem, o site do Cofen mostra que São Paulo, Amazonas e Rio de Janeiro são os estados recordistas de óbitos entre os profissionais. Dentre os 702 óbitos de profissionais de enfermagem levantados pelo observatório, 204 eram enfermeiros, 407 técnicos e 91 auxiliares com idade média de 48 anos e, em sua grande parte, mulheres.
O número de casos entre a categoria também é grande. Das mais 12.324.765 casos de Covid-19 na população como um todo, mais de 50 mil são profissionais da enfermagem que já tiveram contato com o vírus.
São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro são os estados onde a categoria mais se contaminou. As mais infectadas são as mulheres (85,25%).
É preciso uma mobilização urgente dos profissionais de saúde para a derrubada do governo que tomou desde o início a política de matar a população. Também é necessário lutar pela quebra imediata das patentes das vacinas, da criação de comitês populares que intervenham na situação de total calamidade no sistema de saúde pública e privados nacional.