Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Não há tempo a perder

Lula precisa anunciar sua candidatura

É preciso tirar proveito da crise da burguesia, da qual o julgamento do STF é mais um elemento e agir, antes que a direita se reorganize com novos ataques contra Lula e com um terceiro golpe

No mesmo dia em que o País superou a marca de mais de 3.200 mortos “oficiais” em 24h e teve mais de 70 mil novos casos de contaminação pela covid, e ainda quando foi anunciado o aprofundamento do colapso geral que toma conta do País, com seis estados anunciando falta de oxigênio e 25 das 27 unidades da federação apresentando lotação das UTIs superiores a 85%, com centenas de mortes (todos os dias) de pessoas que não conseguem sequer uma vaga nas enfermarias ou nas UTIs, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, por 3 x 2 votos pela suspeição do ex-juiz fascista Sérgio Moro no caso do julgamento do triplex do Guarujá, no qual o ex-presidente Lula foi condenado a 9 anos de prisão 

O ocorrido, nem de longe, corrige o crime contra Lula que não só ficou de fora das eleições, como também ficou preso por 580 dias nas masmorras da PF em Curitiba, e contra o povo brasileiro que foi “punido” com a imposição  ao País de um governo ultra reacionário, a devastação nacional e um retrocesso sem igual nas suas condições de vida.

O episódio também não limpa a “ficha suja” do STF que já foi e continua sendo um dos pilares do regime golpista , mas deixa ainda mais evidente a desmoralização total do judiciário, diante da falência da Lava Jato, como se viu forçado a declarar o reacionário ministro Gilmar Mendes:

“Estamos diante de um grande escândalo, e não importa o resultado deste julgamento. A desmoralização da justiça já ocorreu. O tribunal de Curitiba é um tribunal de exceção.”

No mesmo julgamento, o ministro Kássio Nunes, indicado para o STF por Bolsonaro, votou de forma totalmente sem nexo a favor da inexistente imparcialidade de Moro, alegando que a defesa de Lula se baseou em provas conseguidas ilegalmente nos últimos meses, sendo que as alegações e evidências de parcialidade de Moro apresentadas pela defesa eram de 2018. O improviso, da mesma forma que o voto mais “elaborado” do ministro lavajatista Edson Fachin, reafirmou que a direita bolsonarista, os advogados da Lava Jato no STF e toda a direita, preferem “ver o diabo” do que restituir os direitos políticos de Lula e ter que se enfrentar com ele nas eleições.

A decisão reflete o estupendo quadro de crise geral, a divisão interna da burguesia, a desmoralização do Judiciário, mas de modo algum são garantia de que estão assegurados os direitos democráticos de Lula e do povo brasileiro. Como tudo de alguma importância nesse momento, deve alimentar as tendências à polarização presentes na etapa atual.

Por um lado, com a extrema-direita se sentindo ainda mais ameaçada e se vendo forçada a rugir e ameaçar com um novo golpe, como veremos nas suas atividades em torno do dia 31 de março. Por outro, devem intensificar ainda mais as tendências de mobilização à esquerda, diante da explosividade social provocada pela catástrofe que a direita genocida promove, que vai levar o País a mais de meio milhão de mortos, com 5 mil mortos por dia, e da presença da liderança mais popular do País, reforçada com a anulação de suas condenações (ainda que provisórias) e pela suspeição de Moro aprovada.

A direita não vai esperar sentada. Vai armar o bote para um terceiro golpe.

Com a votação da suspeição de Moro, abre-se mais uma oportunidade que não se pode perder para que se anuncie imediatamente a candidatura de Lula que, de fato, já está colocada, como um aspecto central da situação política. Ele mesmo já se colocou à disposição da esquerda e do povo, para ser candidato. Mas é por demais evidente a pressão da esquerda burguesa e pequeno-burguesa, tanto dentro como fora do PT, para uma candidatura da esquerda que seja do agrado da burguesia e, portanto, para que Lula não seja candidato. Por outro lado, existe uma pressão cada vez maior nas bases das organizações de luta dos explorados e um sentimento amplamente favorável de amplas parcelas da população (que as “pesquisas” da burguesia buscam reduzir) para que Lula seja candidato.

Como um político centrista que tenta conciliar o irreconciliável a todo o momento, Lula está tentando jogar com essas duas posições, as a discussão com setores do “centro” (na realidade da direita) e da esquerda  burguesa não não vão no sentido de um entendimento que vise um possível apoio a um candidato que possa derrotar o regime golpista que eles ajudaram a erguer, mas na busca de impor armadilhas que coloquem a esquerda como refém da política reacionária que eles defendem contra a classe trabalhadora.

É preciso decidir logo, aproveitar o momento, porque a direita vai buscar se reorganizar tanto no que diz respeito a novos ataques contra Lula, como no caso já encaminhado do julgamento dos processos de Curitiba para Brasília, ou mesmo por parte da extrema-direita preparando um golpe militar. A esquerda está totalmente paralisada, mas os trabalhadores estão prestes a explodir em indignação com a situação do coronavírus. Então é vital a candidatura de Lula, porque ela é uma arma poderosa que impulsionaria a mobilização  dos explorados e ajudaria a quebrar a paralisia da esquerda e das direções do movimento operário.

Em um momento de enorme sofrimento e retrocesso nas condições de vida do povo, diante da ofensiva da direita, a candidatura de Lula ajudaria a mudar – consideravelmente – a correlação de forças e abriria o caminho para a retomada das amplas movimentações de massa em torno da candidatura de Lula a presidente e pelas reivindicações populares diante da crise. Isso não seria uma novidade, mas a repetição de forma ampliada, em uma situação mais grave e de maior evolução do movimento operário, da mobilização realizada em torno da candidatura de Lula em 1989.

Para a esquerda revolucionária, um aspecto central nessa conjuntura, junto com a defesa da mobilização em torno da candidatura de Lula, é intervir nesse processo com programa próprio dos explorados, independente da burguesia. Diante da crise histórica do capitalismo e da acelerada decomposição imposta pelo regime do golpe de Estado, lutar por Lula presidente, com um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, um governo das organizações operárias e camponesas, sem patrões e sem golpistas.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.