O governador João Doria (PSDB) tentou proibir os partidos de esquerda, movimentos populares e sindicatos de realizarem o ato contra o governo Jair Bolsonaro previsto para acontecer no Vale do Anhangabaú, capital paulista, no dia 7 de setembro. O veto imposto pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) se aplicava tanto às mobilizações na capital e Grande São Paulo quanto no interior, fundamentado em supostas “razões de segurança”.
Na quinta-feira, 26 de agosto, Doria anunciou a proibição na imprensa. Imediatamente os partidos de esquerda, movimentos e sindicatos protestaram e destacaram que o ato no Vale do Anhangabaú seria mantido em afronta à medida ditatorial do governo tucano.
É preciso destacar que o mesmo João Doria, que tenta se apresentar como “democrático”, “civilizado” e de “oposição ao bolsonarismo”, liberou a Avenida Paulista para que os ativistas de extrema-direita, inclusive com participação de membros da Polícia Militar, Polícia Civil, sistema penitenciário e das Forças Armadas, reivindiquem o golpe de Estado militar no País. Isto comprova que a facção política do bolsonarismo não é uma real inimiga de Doria, diferentemente da esquerda.
A proibição antidemocrática de Doria causou grande repercussão, despertou indignação na população e nas organizações que compõem o Movimento Fora Bolsonaro e sinalizou para o aumento do número de interessados em participar no ato do Vale do Anhangabaú.
A situação se reverteu na noite da sexta-feira, 27 de agosto. O juiz Randolfo Ferraz de Campos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), decidiu que nem a Justiça, nem o governo estadual e nem “qualquer outro órgão público” pode proibir a mobilização convocada pela esquerda.
A decisão judicial é resultado direto da pressão realizada pelo Movimento Fora Bolsonaro. Se a proibição de João Doria for mantida e a decisão do TJ-SP for derrubada, é muito provável que as mobilizações se ampliem, uma vez que o governador tucano é odiado e repudiado pelo conjunto da população de São Paulo.
O governador identitário “democrático” e “civilizado” está propondo um conjunto de ataques aos servidores públicos estaduais. O Projeto de Lei Complementar nº 26 (PLC 26), dentre outras modificações, extingue a falta abonada e rebaixa os salários dos professores temporários da categoria “O” em 10%. Qualquer aliança da esquerda com o PSDB, representante político do imperialismo no Brasil, deve ser denunciada e repudiada.
A tarefa fundamental do momento é convocar as organizações, partidos de esquerda, sindicatos e movimentos populares a mobilizar suas bases e a população para um ato de massas no Vale do Anhangabaú no dia 7 de setembro. A ditadura fascista de João Doria deve ser combatida pelos trabalhadores e pela esquerda nas ruas.
A proibição imposta às mobilizações contra o governo Jair Bolsonaro deve servir para desmascarar os setores frente-amplistas da esquerda, que querem que o movimento Fora Bolsonaro sirva para impulsionar a candidatura da “terceira via”. E tudo indica que a “terceira via” da burguesia é justamente João Doria ou BolsoDoria.