A comunidade quilombola Tanque de Rodagem, localizada no município de Matões no Maranhão, vem sofrendo ataques vindos dos jagunços do fazendeiro Eliberto Stein, proprietário da Stein Telecom, e do empresário Silvano Oliveira, desde a última sexta-feira (10), como forma de fazer a comunidade abandonar o local, que ocupam e de onde tiram sua fonte de renda há mais de 4 décadas, e destinar as terras para o plantio de soja.
Segundo relatos dos quilombolas, a comunidade está sendo ameaçada pelos funcionários armados de Stein, que está aterrorizando os moradores, prometendo violentá-los e alvejá-los. Além disso, seguindo ordens do fazendeiro Stein, uma área dentro do quilombo foi desmatada com o uso de correntões, e um trecho da rodovia que dá acesso ao quilombo foi obstruída com um carro e um caminhão, impedindo a entrada de funcionários da Secretaria de Igualdade Racial.
O advogado da Comissão Pastoral da Terra, que está no local dando apoio aos moradores do quilombo, Rafael Silva, afirma que os empresários (Stein e Oliveira) não possuem autorização judicial para entrar na comunidade, visto que o imóvel foi adquirido por eles este ano — que nunca haviam estado no local — e corre um processo administrativo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para reconhecimento do lugar como território quilombola, embora não exista movimentação no processo desde 2017.
O episódio representa o avanço da extrema-direita contra a reforma agrária e a luta pela terra, é mais um exemplo do fascismo no campo, que utiliza da intimidação e violência à classe trabalhadora para garantir a estabilidade dos latifúndios. É evidente que esse cenário é favorecido pela conjuntura política concebida com o golpe de 2016 e a eleição fraudulenta que colocou Bolsonaro no poder, já que os latifundiários sustentam o governo e obtêm “passe livre” para cometer quaisquer barbaridades que assegurem os seus próprios interesses econômicos.
Observando a situação de repressão crítica ao povo quilombola da comunidade Tanque de Rodagem, e a desassistência e inércia do Estado, é urgente providenciar que esse e demais grupos oprimidos, como os trabalhadores sem terra, tenhamo direito ao armamento e a autodefesa. A luta dos trabalhadores explorados do campo deve ser aparelhada, pois enquanto a guerra for desigual, com a defesa do latifúndio pelas instituições policiais armadas pelo Estado, quilombolas e trabalhadores sem terra e do campo continuarão sendo vítimas de massacres e chacinas.
É necessário que os trabalhadores do campo e dos centros urbanos somem forças para derrubar esse governo de golpistas, e possam se autodefender da polícia militar e dos latifundiários fascistas.