Foi veiculada nesta semana pela imprensa burguesa a notícia de que os principais países da América Latina deverão estourar as metas de inflação para 2021 e que esta situação também atingiria países como Rússia e África do Sul.
A causa da disparada inflacionária atingiria todas as principais economias Latinas como México, Chile, Colômbia e Peru. Segundo os economistas a causa seria uma mistura de commodities (produtos básicos, como alimentos, minério de ferro e petróleo, cotados no mercado internacional em dólar) em alta, depreciação cambial, gargalos globais de oferta e retomada econômica explicam a aceleração dos preços na região.
O Brasil seria o com maior taxa de inflação a qual já está sendo superestimada após o anúncio da crise hídrica. Após o anúncio da “bandeira escassez hídrica” na conta de luz, as projeções de mercado indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, deve fechar este ano perto de 8%, o maior nível desde 2015 (10,67%) e quase 3 pontos porcentuais acima do teto da meta de inflação (5,25%).
O economista-chefe para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, afirma que para além do choque de commodities, que tem persistido, elevando preços de alimentos e começando a produzir efeitos de segunda ordem, e dos problemas na cadeia global de suprimentos, é acrescentado a retomada do crescimento como outro fator de pressão sobre a inflação nos países latino-americanos. Argumenta ainda que é necessário um choque negativo sobre a atividade econômica para o controle inflacionário.
Dentro da linguagem do “ economiquês” significa frear o consumo e impedir os reajustes salariais. Mais uma vez quem paga a conta da crise econômica capitalista são os trabalhadores. A tal retomada de crescimento seria a geradora da inflação. Equação difícil de compreender pois se não vende tem crise se vende tem crise também.
O que ocorre na verdade é que a crise mundial capitalista de 2008 não foi superada. No Brasil a crise não foi tão impactante devido ao crescimento da venda de commodities que seguraram a economia além dos incentivos fiscais praticados pelo governo de então e pela pouca mas presente proteção social.
A crise econômica mundial agravada pela pandemia tem como resultado a pressão inflacionária que traz como consequência a escassez , o desemprego e a fome, fatores estes explosivos para a instabilidade política em todos os países, não apenas na América latina.
É modelo econômico capitalista que moribundo dá seus últimos suspiros. Cabe à esquerda efetuar a eutanásia deste sistema de miséria e exploração, e não colaborar para que se prolongue a sua agonia através da reacomodação política dos partidos burgueses. Chega de colaboração de classes, não à frente ampla e por um governo dos trabalhadores.