Na última segunda-feira (20), ocorreu a inscrição dos candidatos à prévia do PSDB para as eleições que decidirão quem será o candidato dos tucanos à presidência da República em 2022. No ato da inscrição, Doria carregou na tinta do anti-petismo.
Segundo sua carta de pré-candidato, “o antipetismo será predominante na nossa campanha”. O governador de São Paulo atacou Dilma e Lula e poupou Bolsonaro.
Doria é o nome mais provável para a terceira via, que é o candidato oficial e portanto de confiança da direita golpista tradicional. Fica bastante claro que a terceira via está mais próxima de Bolsonaro do que acredita a esquerda frente-amplista, defensora da participação dos tucanos e outras organizações da escória golpista nas manifestações. “Temos que unir Deus e o mundo que está contra Bolsonaro”, dizem quase todos os partidos da esquerda pequeno-burguesa. O problema é que o próprio Doria mostrou que não é contra Bolsonaro, é contra o PT.
Logicamente que quem acompanha toda a política nacional e não morou em Marte nos últimos cinco anos, sabe que o PSDB foi o principal articulador do golpe antipetista e que Doria só foi eleito por causa da parceria com Bolsonaro, com o slogan de BolsoDoria.
Explicar isso para a esquerda pequeno-burguesa parece um pouco ineficiente tamanha é a sua disposição em se deixar enfeitiçar pela política da imprensa golpista que está na campanha da terceira via.
Mas o fato é que, ao se aliar com Doria, a esquerda estará pavimentando o caminho para um governo que será ainda pior do que o de Bolsonaro ─ caso consiga vencer as eleições de 2022. E as declarações antipetistas, ou seja, anticomunistas, anti-esquerda e anti-operárias, de IdentiDoria, mostram que, por trás da fachada colorida, está um bom e velho BolsoDoria.