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Diante da inflação

Greve na GM expressa tendência de luta do movimento operário

Operários metalúrgicos reagem ao roubo dos salários. É preciso generalizar a mobilização e realizar uma campanha nacional pela reposição das perdas e pelo "gatilho salarial"

Em um áudio da assembleia dos metalúrgicos da General Motors (GM) de São Caetano do Sul (SP), publicado no sítio do Sindicato da categoria, pode-se ouvir o presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva (“Cidão”) ─ reconhecido pelego ─ afirmar para a massa de operários presentes e distante do caminhão que “greve não é férias, não é para ficar em casa” e intimar os operários a virem todos os dias para fortalecer a negociação que a empresa procurou encaminhar para o Tribunal Regional do Trabalho. Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, aprovaram em assembleia proposta  de participação nos lucros da General Motors - ABC Repórter

A situação deixa claro que, quando a greve é para valer, e diante da enorme pressão dos operários (bem diferente dos “dias de luta”, sem lutas, colocados pelas centrais), até os dirigentes mais conservadores são levados a “convocar” os trabalhadores a virem para a porta da fábrica, coisa que eles ─ pela própria experiência e devida desconfiança dos dirigentes sindicais ─ já fariam.

Contra o arrocho salarial

Desde 1º  de outubro, os metalúrgicos da General Motors (GM) de São Caetano do Sul (SP) entraram em greve contra o arrocho salarial. A greve estava em seu sétimo dia quando esta edição era fechada. Mais de 4 mil funcionários aderiram à paralisação.

A fábrica da GM de São Caetano do Sul é, no momento, uma das maiores do ABC Paulista. Atualmente, são produzidos os modelos Onix Joy, Onix Joy Plus, Spin e Tracker.

A questão central da greve é justamente a escalada da inflação e a reivindicação de reposição integral do último ano, o que implica em reajuste de 10,42%, o que já vem sendo conquistado em diversas categorias de metalúrgicos, como nas empresas ligadas ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, como também em outras grandes categorias, como a de bancários, refletindo claramente o receio dos patrões de que se inicie uma ampla mobilização contra a expropriação dos salários que se intensificou em meio à pandemia.

A greve foi deflagrada em razão da tentativa da GM em adiar o reajuste salarial de 10,42% (referente à inflação do período) e reduzir os direitos dos trabalhadores. Embora a data-base da categoria seja 1º de setembro, a empresa propõe que os salários sejam reajustados somente em fevereiro de 2022. Os trabalhadores também reivindicam 5% de aumento real.

Todo o apoio aos metalúrgicos da GM de São Caetano do Sul

A GM  quer tirar proveito da situação de desemprego e, desde já, impor um “acordo bianual”, determinando os moldes para a Campanha Salarial 2022, propondo a aplicação de apenas 50% do INPC em fevereiro de 2023. Trata-se de uma política criminosa que o que vem sendo adotada desde 2013 na fábrica de São Caetano. Desde então os salários tiveram reajuste abaixo da inflação.

A greve evidencia que a paciência dos operários se esgotou e não estão mais dispostos a aceitar o que vinha sendo imposto em todo o período anterior em que a ofensiva geral da direita colocou a classe operária na defensiva.

Segundo a direção do Sindicato – ligada à Força Sindical – a empresa já teria recuado na proposta de pagar o reajuste de acordo com a inflação do último ano apenas a partir de fevereiro de 2022 e aceitado o pagamento retroativo a setembro passado, mas permanece reivindicando alterações na cláusula vigente do acordo coletivo que garante estabilidade no emprego para os metalúrgicos com doenças ocupacionais.

Independentemente dos rumos que a greve venha a tomar – a GM ajuizou dissídio junto ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) exigindo a ilegalidade da greve, buscando colocar nas mãos do judiciário patronal a decisão sobre a mobilização e, dessa forma, acabar com a mobilização dos trabalhadores que pode “contaminar” outras categorias, em um momento de explosividade social latente.

Greve operária e não encenação

Ao contrário de alguns movimentos que vêm fazendo protestos de mentirinha ao “ocupar” mansão ficando do lado de fora (!) e a Bolsa de Valores, sem impedir o seu funcionamento e permanecendo por alguns minutos apenas no local de visitação do público, as greves operárias têm um potencial de impulsionar mudanças no quadro político do País em curtíssimo espaço de tempo, colocando em movimento o setor mais combativo dos explorados, a classe operária.

É preciso cercar a greve de toda a solidariedade ativa e convocar assembleias nas demais categorias em torno dessa reivindicação fundamental que é a reposição das perdas.

Além disso, os setores mais combativos do movimento devem apontar para a generalização e unidade das lutas dos trabalhadores, em torno de reivindicações centrais como é o caso da defesa do gatilho salarial, ou seja, da reposição automática das perdas salariais, toda vez que a inflação alcançar ─ por exemplo ─ 5%, uma vez que com o avanço da inflação, os reajustes que vêm sendo concedidos não dão conta de enfrentar a disparada de preços que estamos vivenciando.

Greves locais, como a da GM, estão expressando uma tendência geral de luta, que precisa ser unificada e generalizada.

Ao contrário da política dos pelegos de procurar conter o movimento e dedicar suas “energias” para proteger políticos inimigos dos trabalhadores e aliados dos patrões, como João Doria e Ciro Gomes, a tarefa da CUT e de seus principais sindicatos é impulsionar uma mobilização real, levantando uma campanha nacional por 100% de reposição das perdas salariais e pelo gatilho salarial.

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