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Semeador de fracassos

Freixo propõe aliança com golpistas e gera crise no PSOL

Líder da minoria na Câmara aponta política de subserviência total à direita, apesar de protestos da sua base.

O novo líder da minoria na Câmara dos Deputados Marcelo Freixo (PSOL-RJ) continua sua marcha de total confusão política. Desta vez, falou a diversos veículos da imprensa golpista sobre uma aliança com partidos como Cidadania DEM, PSDB e outros da direita, do chamado “centrão”.

Mais do que uma frente ampla com golpistas para eleições, Freixo colocou os partidos que deram o golpe e apoiaram Bolsonaro como “progressistas, responsáveis e comprometidas com a democracia brasileira”. Um claro e total contressenso.

Para Freixo, assim como os demais membros da esquerda no parlamento, o que importa são as eleições. É para isso, única e exclusivamente, que vivem. Por cargos eletivos, toparão qualquer tipo de negócio com partidos completamente nefastos, como PSDB e DEM.

Freixo divide a política brasileira de maneira bastante maniqueísta, onde, de um lado, estão os “comprometidos com a democracia e com a vida” e, do outro lado, estão os que não estão comprometidos com uma coisa nem outra.

Esta maneira de enxergar a política torna bem clara a falta de desenvolvimento político da esquerda pequeno-burguesa, em especial dos membros da burocracia dos partidos de esquerda.

Em entrevista ao golpista O Globo, Freixo diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que fora apoiado por Bolsonaro, não é bolsonarista. Fosse dito em 1º de abril, certamente todos achariam que trataria-se de uma piada. De mal gosto, mas ainda assim uma piada.

O deputado federal pelo Rio de Janeiro continuou em total desatino ao dizer que tem diálogo amplo com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o deputado Rodrigo Maia, ambos do DEM, para construir uma “força democrática” no Rio de Janeiro visando as eleições de 2022. Eduardo Paes, em 2018, tinha em seus “santinhos” sua imagem ao lado de Bolsonaro. Já Rodrigo Maia, enquanto presidente da Câmara Federal de Deputados, sentou-se sobre mais de 50 pedidos de impeachment contra o presidente ilegítimo da república.

Vale lembrar que Freixo já havia executado, por baixo dos panos, essa frente ampla em 2020, ao desistir da candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro. Seu objetivo era colocar o prefeito anterior, Marcelo Crivella contra Eduardo Paes no segundo turno e apoiar o segundo sob a justificativa deste ser o “mal menor”; o que foi feito por quase toda a esquerda.

Questionado sobre Lula, Freixo não tem como dizer que não apoiará o ex-presidente caso este seja candidato, pela popularidade e apoio eleitoral de Lula no Rio de Janeiro. Entretanto, pressiona por uma frente ampla com gente do naipe de Luciano Huck, Ciro Gomes, João Dória e outros.

Fica claro que a candidatura de Lula é central para a política brasileira, mas não apenas a candidatura por si, mas o programa que estará por trás dessa candidatura.

Enquanto as bases dos partidos de esquerda, até mesmo do PSOL, pressionam as lideranças por uma aliança com Lula e sem os golpistas, Freixo coloca uma outra estratégia política. O que ele tenta fazer é aproveitar os restos da mal fadada frente ampla que tentou-se em 2020 para operar por trás do carisma e da capacidade de mobilização de Lula.

A entrevista de Freixo foi muito mal recebida pela base do PSOL, que já se colocou contra o parlamentar. Por sua vez, Marcelo Freixo tenta escapar pela tangente, falando doces palavras como “diálogo” e “democracia”.

Marcelo Freixo representa uma política covarde e totalmente adaptada não apenas ao regime burguês, mas a face mais golpista deste. Porém, ele não está sozinho, é apenas o representante dos parlamentares do PSOL, que não possuem ligação alguma com a base do Partido, usando-a apenas em período eleitoral para ganhar votos.

Recentemente, Freixo e outros parlamentares do PSOL “rifaram” a candidatura de Luíza Erundina (PSOL-SP) à presidência da Câmara para apoiar a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) ainda no primeiro turno. Entretanto, de maneira bastante irônica, a candidatura de Baleia afundou e ficou Freixo e os demais parlamentares do PSOL, do PT e de outros partidos de esquerda completamente desmoralizados.

Nas eleições de 2018, Marcelo Freixo propôs criar um “mapa da violência” e criar contrapartidas para as genocidas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que matam a classe trabalhadora cotidianamente. Ao invés de lutar pelo fim das UPPs, Freixo quer ajudá-la. Talvez isso explique a inexistência de seu apoio junto aos mais pobres.

Ele, Freixo, não tem ligação alguma com os movimentos sociais ligados aos setores mais pobres da população, com os quais faz demagogia. Sua única ligação é com a direita golpista e com os interesses do imperialismo.

Em 2019, Freixo apoiou nominalmente a imperialista operação Lava Jato ao questionar o juiz ladrão, Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados:

Não há nada melhor para a Lava Jato que o senhor seja investigado. Pelo bem da Lava Jato, o senhor não deveria se defender usando a Lava jato. O senhor, mais do que ninguém, coloca a Lava jato em risco.”

Sobre a prisão ilegal de Lula, o mesmo Freixo, que agora comemora a anulação das condenações contra o ex-presidente, se negou a discutir uma campanha de “liberdade para Lula”, pois o tema “não unifica”, dizia. Ao que parece, a unificação que Freixo busca é com a direita.

Ainda em 2019, Freixo mostrou que poderia estar facilmente no DEM ou em algum partido da direita ao não apenas votar pela aprovação do pacote anticrime, proposto pelo próprio Sérgio Moro, enquanto ministro da Justiça, mas de ajustar o projeto para que passasse na Câmara sem dificuldades.

Dado seu histórico e seus interesses, Marcelo Freixo é simplesmente mais do que um elemento direitista dentro da esquerda, mas um grande semeador de fracassos. Ao mesmo tempo em que planta fracassos, quem os colhe é a população, que está exposta à doença e à pobreza endêmica em nosso país.

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