
No Congresso Nacional
Esquerda brincou de CPI, enquanto 3ª via aprovava leis anti-povo
Relatório da CPI é apenas mais uma evidência de que a razão de ser da comissão é ajudar a direita da terceira via

- Relator e "herói" da CPI, o golpista Renan Calheiros
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- Senado Federal
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada neste ano para supostamente investigar a atuação do governo do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro no combate à pandemia da COVID-19, acabou se revelando, quando foi lido o relatório final em 20 de outubro, o que o DCO sempre afirmou: foi apenas um engodo e seu papel básico foi servir de palanque eleitoral para a chamada terceira via (a direita tradicional) enquanto tentava minar a popularidade do fascista Bolsonaro.
A CPI também serviu para neutralizar grande parte da energia contrária ao governo Bolsonaro, o que significa que a insatisfação popular do povo em relação à miséria, desemprego, fome e mortes causadas pela pandemia que poderiam ter sido evitadas foi em grande medida direcionada pela esquerda nacional (parte do PT, PCdoB e PSOL, principalmente) para o imobilismo. A luta política, se dependesse dessa esquerda, sairia das ruas e iria para os sofás, e se reduziria a assistir à TV Senado. Aliás, PSOL e PCdoB chegaram a fazer pior que isso, convidando a direita golpista da terceira via para os atos da esquerda, e até mesmo participou dos ridículos atos organizados pelo MBL e cia.
Outro objetivo devidamente alcançado pela CPI foi facilitar para a terceira via – a direita que governa este Pais há décadas em nome do imperialismo e contra o povo – que ela continue a aprovar no legislativo as medidas neoliberais alinhadas em quase tudo com Bolsonaro.
Resumindo, a CPI serviu para sabotar a mobilização popular pelo Fora Bolsonaro e facilitar mais ataques contra o povo brasileiro e o patrimônio nacional, como a privatização da Eletrobrás, nas quais a direita “civilizada” votou junto com os bolsonaristas.
Apesar de tudo isso, ainda tem gente na imprensa progressista que perdeu horas de sono analisando um relatório que, mesmo que tivesse acusado Bolsonaro de homicídio doloso – como chegou a ser divulgado com alarde – não teria grande efeito prático porque, sem a pressão das ruas, Bolsonaro não sofrerá impeachment, por mais contundentes que fossem as conclusões e acusações presentes no relatório.
O grande problema da esquerda pequeno-burguesa é que ela continua a confiar nas chamadas instituições “democráticas”, como o Supremo Tribunal Federal (STF), onde 11 entidades vestindo capas pretas, que nunca foram eleitos pelo povo, decidem quase sempre contra esse povo. Na verdade, nas raras vezes em que esses 11 ministros agem no interesse da maioria é por pressão popular. Isso deveria deixar claro para todos que sem mobilização nas ruas a CPI seguiria – e seguiu! – sua vocação de nada mudar para o bem do povo brasileiro.
Agora, a esquerda brasileira, além de perder tempo analisando um relatório que não ia dar em nada, gasta mais energia falando da atuação de Omar Aziz (presidente) e Renan Calheiros (relator) à frente da CPI. Não se podia esperar outra coisa. Afinal, quem passou meses apostando todas as fichas na ilusão de ganharia algo com a direita investigando a direita, não resta muita coisa a não ser se lamentar.
Felizmente, o Bloco Vermelho, que tem dirigido de fato as manifestações contra Bolsonaro e a favor de Lula presidente, continua a impulsionar a mobilização. É bom, então, que a esquerda que caiu na armadilha da CPI corra para não perder o bonde da História, e evite receber o carimbo de quem ajudou a manter Bolsonaro e toda a direita no poder por mais tempo.