Num ato de cinismo e ataque aos estudantes e a toda a classe trabalhadora brasileira no geral, o governo golpista de Jair Bolsonaro optou por realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) durante a pandemia. Com seu caráter de verdadeiros inimigos dos trabalhadores, a coisa não parou apenas com isso. Obviamente, nessa situação, houve um recorde de abstenções, isso é, um recorde de pessoas que se inscreveram e não compareceram para a realização das provas do ENEM.
Após um ano traumático de quase 500 mil mortes, desemprego, miséria e fome, o governo absurdamente considerou por bem barrar de pedirem isenção na taxa de inscrição, todas as pessoas que faltaram à última prova e não justificaram. O período para requisitar a isenção abriu na última segunda-feira, dia 17. E isso sem nem a garantia pelo próprio governo de que ocorrerá de fato o ENEM neste ano de 2021, podendo ser adiado para 2022.
O impedimento de receber isenção na taxa está condicionado à apresentação de justificativa para a ausência. As justificativas aceitas requerem a apresentação de um documento que comprove um dos motivos a seguir: roubo, acidente de trânsito ou morte na família no dia do exame. Não houve sequer mudança nas regras para incluir a questão da Covid-19. Ou seja, uma pessoa que não foi por estar com sintomas da doença, mas que não tenha um atestado médico, por exemplo.
Tudo isso não considera também o caos que foi a aplicação da última edição do ENEM. Por conta da desorganização do governo fascista para realizar a prova, candidatos foram barrados por conta de superlotação nas salas, ou seja, foram barrados pelos aplicadores do local em que estavam registrados para fazer a prova, e não houve documento algum para comprovar que compareceram, mas foram impedidos de realizar as provas, algo que por si só já seria inaceitável.
A última edição do ENEM teve falta de 55,3%, mais de metade dos inscritos, que totalizaram mais de 5 milhões de pessoas, foi uma farsa completa no período de ascenso da pandemia, e uma medida genocida. É importante ainda colocar, o valor da inscrição do ENEM 2021 está em R$85,00. É um valor absurdo, considerando o salário mínimo, de apenas R$1100,00, e o estado de aumento vertiginoso no custo de vida no Brasil. Ainda, metade da força de trabalho ativa desempregada, e metade da população passando fome, uma miséria generalizada. A taxa de inscrição é, em si, um ataque a estudantes e trabalhadores. O ENEM já tem a função de barrar a entrada nas universidades, de diversos estudantes da classe operária, que não tiveram oportunidade de obter um estudo decente. Ainda por cima, a cobrança de uma alta taxa reforça esse filtro, que tem como finalidade permitir que apenas a burguesia e uma pequena-burguesia privilegiada possam entrar nas universidades públicas.
O regime golpista, inaugurado com a derrubada do governo Dilma pela direita tradicional, que levou o fantoche Temer, e Bolsonaro, o fascista genocida, ao poder, mata a população de todas as formas, exclui do acesso à saúde, educação, assistência social, moradia, alimentação e até mesmo a água, com as privatizações de setores essenciais. É um regime que deve ser derrubado, não há alternativa para os trabalhadores que não essa, não há conciliação possível. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Lula presidente! Por um governo dos trabalhadores!