Na tarde de quarta-feira, 28 de julho, dois homens, Jefferson Guilherme da Costa Santos de 20 anos e Bruno (nome dado pelos vizinhos) de 26, foram executados pela polícia no bairro Veneza, em Ribeirão das Neves.
Segundo relatos de vizinhos, o homem mais velho era foragido e havia se mudado para o local há pouco tempo, no entanto, teve sua casa invadida e foi morto pela polícia sem direito de defesa. Jefferson, que ainda não conhecia seu novo vizinho, trabalhava em uma empresa farmacêutica e no momento da abordagem estava no portão ajudando a filha de uma moradora do local, mesmo não tendo nenhuma relação com a investigação, foi pego à força pela polícia, espancado e executado.
Segundo a imprensa burguesa, que não deu espaço de fala nem para a família, nem para os vizinhos, a polícia entrou na casa por uma porta aberta e teria sido recebida a tiros pelos suspeitos, por causa disso então efetuou os disparos contra os jovens. Entretanto, conforme o relato da família de Jefferson, o sangue se encontrava no lado de fora da casa e o garoto foi atingido nas costas, o que prova a farsa na versão disparada pela imprensa burguesa. Além disso, Jefferson não tinha envolvimento com o tráfico de drogas, como foi dito nas matérias, trabalhava em uma empresa do ramo farmacêutica e cosmético na Rodovia BR-040, Jardim Colonial
O crime foi presenciado por dois de seus irmãos e por sua cunhada, que estavam em casa no momento, entretanto foram impedidos de gravar ou registrar o fato devido à ação truculenta da polícia, que tetava esconder as provas do assassinato. Os policiais continuaram impedindo os familiares de se aproximarem do corpo, e após um tempo o levaram como indigente para o hospital. Segundo a família, os documentos foram entregues no mesmo dia, mas sua existência não consta no laudo e eles não foram devolvidos, os policiais ainda teriam.
Outro fato inverídico apresentado pela imprensa burguesa é de que Jefferson teria trocado tiros com a polícia no Estado do Espírito Santo no dia 25 de junho. De acordo com a família e amigos, neste mesmo dia aconteceu a missa de sétimo dia de seu pai, Fábio Guilherme dos Santos, falecido por parada cardiorrespiratória, onde o garoto estava, desta forma não seria possível que ele tivesse participado da troca de tiros.
Este é mais um caso de assassinato da Polícia Militar, e mais uma vez os fatos apresentados pelos policiais não batem com a versão das testemunhas, o que mostra o tamanho da opressão e da violência usada contra a população. No dia 3 de agosto, terça-feira, será realizada uma manifestação, organizada pela família, na BR 040, altura do bairro Veneza, saindo as 06:00, com o objetivo de trazer justiça por Jefferson Guilherme. Precisamos do fim desta política genocida e principalmente de uma imprensa que defenda o povo, e não de editoriais reféns da burguesia exploradora.