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Expulsar os fascistas das ruas

Em 2014, esquerda mostrou aos fascistas que as ruas são do povo

Em 2014 o exemplo foi dado, hoje é necessário replica-lo contra os fascistas.

No dia 22 de março de 2014, nas vésperas da comemoração fascista dos 50 anos do golpe militar de 1964, um ato intitulado “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, foi realizado pela direita, a mesma que dois anos depois daria o golpe contra Dilma Rousseff.

Contudo, com o chamado do Partido da Causa Operária, junto a grupos anarquistas, um contra ato foi realizado no mesmo dia na Avenida Paulista, expulsando das ruas os fascistas. Cerca de duas mil pessoas se fizeram presentes, deste que fora o primeiro ato contra o golpe de estado no Brasil.

A marcha antifascista

Marcha Anti-Golpista e Antifascista - Ditadura Nunca Mais

Intitulada “Marcha Antifascista”, a mobilização iniciou-se na Praça da Sé e dirigiu-se até o Largo General Osório, cruzando caminho com a marcha fascista. Os fascistas, evocavam um ato em prol da ditadura, com o mesmo nome do ato realizado em 19 de março de 1964, que reuniu milhares de pessoas em apoio ao golpe militar. A ação, orquestrada pela burguesia brasileira, também foi um dos principais indícios que uma campanha golpista estava em ação.

Elucidando o ocorrido, Natália Pimenta, uma das organizadoras da convocação do Partido da Causa Operária naquela manifestação, explica que a primeira manifestação golpista “explicita foi em junho de 2013, naquele momento já denunciávamos que havia um golpe de estado.”

De acordo com Natália “haveria em 2014, uma movimentação da direita no dia 22, a direita achava que poderia vencer o PT nas eleições, e realizaram um ato chamado como um ato da família, como no golpe militar. O ato foi divulgado nos jornais burgueses como algo normal. A esquerda não queria confrontar a direita, mesmo que dissessem que eram meros gatos pingados. Quando chamamos o ato, quase nenhuma organização aderiu ao ato. Inclusive, fomos censurados nas redes sociais pela própria esquerda por considerar um “suicídio” enfrentar nas ruas a direita.”

O povo queria se mobilizar

Diário Liberdade

Contudo, se por um lado havia resistência por parte da esquerda, a população atendia o chamado. Natalia explica que “organizamos um panfleto para chamar o ato e foi muito bem recebido, a recepção era muito boa, entre a população em geral havia inclusive mais compreensão sobre o perigo da direita do que na própria esquerda. Tanto que chamando o ato praticamente sozinhos, nossa manifestação foi do mesmo tamanho que a da direita, que contava com um investimento muito maior”.

A dirigente nacional do PCO, também mostra que a polarização política já era evidente, segunda ela, “o ato foi em direção ao memorial da resistência, no caminho estava cheio de policiais, e o principal receio do aparato de repressão era que a manifestação entrasse em confronto com a direita”. Por fim, conclui que “a manifestação é importante para dar um primeiro passo na luta contra a direita. Há um mesmo receio em se confrontar com a direita, porém o ato é fundamental, estamos vendo o que está ocorrendo, tem toda uma militarização no governo, é fundamental ter uma posição. A posição da esquerda em não fazer nada é permitir que os militares venham ocupando o terreno, é importante marcarmos uma posição e criar uma mobilização contra os golpistas”.

No mesmo sentido, o dirigente do PCO, Henrique Áreas que na ocasião estava à frente do carro de som, coloca que “tomamos a iniciativa de chamar o ato praticamente sozinhos, junto a alguns setores anarquistas, naquele momento víamos que havia uma movimentação golpista, com 50 anos do golpe de estado, estava colocado a necessidade de se contrapor a direita nas ruas. Nenhum partido quis se juntar a nós, convocamos amplamente. A expectativa era que o ato poderia ter uma adesão, mas como os principais partidos não estavam chamando, nos surpreendemos pela grande recepção.”

Um ato democrático

Além disso, Henrique afirma que “uma coisa interessante do ato é que, como ele foi conduzido pelo PCO, ele foi um ato muito democrático. Todos puderam falar no ato, o carro de som era aberto, inclusive os blackblocks, que estavam sendo muito atacados pela burguesia, puderam falar. Além disso foi um ato bastante combativo, contra a ditadura e contra o golpe. Ele também juntou bastante ativistas, pessoas muito combativas, pessoas que estavam afim de ir lá e denunciar o golpe.”

Uma lição importante da manifestação, comenta Henrique é que “do mesmo jeito que naquele momento tomamos a atitude de combater a direita, enquanto a maior parte da esquerda achava que não ia ter golpe, tivemos aquela iniciativa e foi o ponta pé inicial para as gigantescas manifestações contra o golpe que passaram a ocorrer depois quando a direita foi as ruas pedindo o golpe. Essa manifestação foi fundamental por isso, pois ela abriu o caminho.”

Os erros da esquerda se repetem

No trabalho da agitação política, seja na convocação ou na campanha dentro do ato, Júlio Marcelino, também dirigente do PCO, coloca que o momento era de radicalização: “Estávamos nas eleições de 2014, antes do golpe e logo após o movimento do passe livre, um momento de crescente polarização”. Além disso, Júlio conta que “entramos em contato com diversas pessoas, em uma campanha bastante intensa, e por conta das atividades anteriores, tivemos diversos grupos que se juntaram a nós, foi uma mobilização bem importante. Toda estrutura foi garantida pelo PCO, o ato havia duas mil pessoas”.

Júlio também fala, que “naquela época, me lembro que a esquerda não queria se enfrentar com a direita, o PSTU, por exemplo, não queria participar do ato, dizia que o ato coxinha era pequeno e não tinha importância, eles achavam que não ia acontecer nada. Agora a gente vê quem está no governo hoje”. Ou seja, à luz da manifestação de 2014, é comprovada a real necessidade da mobilização contra o fascismo.

Hoje, com o ato do dia 31 de março, a esquerda tem novamente a missão de confrontar e mostrar na prática que as ruas pertencem a população trabalhadora. Às ruas contra a ditadura do passado e do presente!

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