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Sair às ruas contra a fome!

É preciso um plano nacional de combate à fome

Enquanto 117milhões de brasileiros passam fome a burguesia faz uma campanha em defesa da caridade para desviar a esquerda de seu papel real, mobilizar os trabalhadores nas ruas

Recentemente foi noticiado o dado sobre a situação total de calamidade em que vive a classe trabalhadora brasileira, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan) realizou uma ampla pesquisa sobre a situação da fome no Brasil e os resultados são alarmantes, mais de 55% da população passa fome e desses 19 milhões estão num quadro categorizado como grave. A burguesia, temendo a revolta popular, iniciou uma ampla campanha para jogar a responsabilidade da alimentação do povo no próprio povo, por meio da caridade, da mesma forma que fizeram durante o governo de FHC. Essa política, que é um verdadeiro escárnio contra a população, esconde a única alternativa real para resolver este problema seríssimo, um plano de emergencial e nacional de governo para combater a fome.

A questão da fome é um problema crônico do capitalismo, mesmo com a enorme produção de riquezas e especificamente de alimentos o suficiente para alimentar toda a população mundial isto nunca aconteceu. A população de países atrasados com o Brasil, e hoje em dia até de países imperialistas como os EUA, sofrem duramente com falta de alimentos. No Brasil o problema é histórico, um dos maiores estudiosos do problema da fome foi, Josué de Castro, geografo pernambucano que denunciou amplamente essa questão desde a década de 1930 chegando a conclusão de que o combate a fome passa pela reforma agrária, ingressou na política se tornando deputado federal do PTB, partido do futuro presidente João Goulart. Assim como o presidente, em 1964, após o golpe militar ele foi exilado e morreu em 1973 sem nunca voltar ao Brasil.

Contudo esse problema atingiria um pico com o governo neoliberal de destruição nacional de Fernando Henrique Cardoso. O desastre econômico causado pelas políticas desse capacho do imperialismo levou a um aumento tão estrondoso da miséria no país que quase 300 crianças morriam da fome todos os dias no Brasil, 1 a cada 5 minutos, no total 36 milhões de pessoas não tinham garantia da próxima refeição. O problema era tão grande que o Brasil se tornou exemplo internacional da fome, por isso a burguesia estimulou campanhas de caridade sendo a principal a Ação da Cidadania contra a fome, protagonizada pelo sociólogo Betinho. Sua política era, como a de hoje, gastar o mínimo com qualquer auxílio à população, o principal era fazer campanha para o povo tirar dinheiro do próprio bolso para tentar alimentar uma porcentagem ínfima dos trabalhadores famintos.

Agora com 5 anos de golpe somados a uma gigantesca crise econômica do capitalismo internacional e a crise da pandemia, o problema retorna, os dados da fome são um pouco ofuscados pelo genocídio da pandemia mas ela não deixa de ser um dos principais problemas da classe trabalhadora brasileira. Assim a burguesia aplica uma política semelhante aquela da época de FHC, os jornais tiram manchetes como “fome cresce por diminuição das doações” fazendo uma campanha pelo aumento da caridade. Ao mesmo tempo revivem figuras como o próprio filho de Betinho, Daniel Souza, que foi entrevistado pela globo no dia 07/04 divulgando o Ação da Cidadania e falando da necessidade geral do aumento de doações. A entrevista em si é interessante por revelar o quão profunda é a crise no país, de acordo com Daniel, “em 28 anos a frente da campanha, nunca vimos tanta gente com fome”, é uma calamidade total.

É preciso aqui também decorrer sobre a política capituladora da esquerda pequena burguesa frente a questão das doações de cestas básicas como um todo. Desde o início da pandemia de covid-19 diversos setores da esquerda abandonaram completamente a mobilização e o combate a direita nas ruas em detrimento desta política de doações. Desde partidos a sindicatos, movimentos sociais e organizações estudantis deixaram de organizar suas bases contra os ataques da direita e em defesa de um combate real a pandemia para fazer campanhas de doações de alimentos. Muitos companheiros que participam dessas atividades de fato estão bem-intencionados e são movidos por uma preocupação real com a terrível situação da população. Contudo existem setores oportunistas, principalmente nas direções, que canalizam as energias para essas campanhas enquanto se aliam a direita, responsável pela fome, por meio da frente ampla.

Assim a burguesia utiliza essas campanhas de “combate a fome” como mais uma das formas de controlar a esquerda e colocá-la a seu reboque. Não é o papel principal de nenhuma organização de esquerda realizar ações de caridade, seu papel é organizar a luta dos trabalhadores para que o Estado garanta seus direitos básicos como a própria alimentação. Alias mesmo que toda a esquerda nacional se unificasse em torno das doações de alimentos isso nem de longe resolveria o problema, apenas do governo nacional tem a envergadura necessária para garantir alimentos para 117 milhões de pessoas e sendo o presidente um fascista como Bolsonaro isso só acontecerá por meio da luta. Nos governos Lula e Dilma o problema da fome diminuiu drasticamente no país, a redução da subalimentação entre 2002 e 2013 foi de 82%, o que deixa evidente que o problema da fome só é resolvido com politicas de governo.

É necessário unificar as lutas de todos esses setores pelas pautas essências da população que hoje consistem principalmente na questão do genocídio na pandemia e a própria fome. Não é difícil unificar todas as organizações em defesa de pautas tão populares como a vacinação em massa e um auxílio emergencial para todos somado a outras medidas de combate a fome. O que é necessário é que essa unidade seja realiza na luta das ruas, que é o único caminho real para garantir que a população brasileira tenha comida em seu prato todos os dias.

Os golpistas que estão no poder já levaram mais da metade do país a fome, assassinaram 350 mil brasileiros e na atual média de 4000 pessoas morrendo todos os dias facilmente realizarão um genocídio de quase, ou até mais de, 1 milhão de mortos. É inaceitável que nessas condições a esquerda se mantenha desmobilizada, faça apenas atividades online ou apenas campanhas de doação. É imprescindível se mobilizar imediatamente, tomar as ruas no 1 de maio, contra o genocidio, contra a fome e contra a miséria! Derrubar Bolsonaro e todos os golpistas e lutar por um governo dos trabalhadores com Lula presidente!

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