O governo israelense, apresentado pela imprensa burguesa como democrático, retirou a autorização especial de viagem que Riyad Al-Maliki, Ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, após o seu encontro em Haia como próximo promotor do Tribunal Penal Internacional.
Na quinta passada, dia 18 de março, Al-Maliki havia se encontrado com o advogado britânico Karim Ahmad Khan, que substituirá a promotora anterior do TPI (Tribunal Penal Internacional), Fatou Bensoada, em 16 de junho próximo. Duas semanas atrás, a jurista Bensouda tinha anunciado o início de uma investigação oficial sobre possíveis crimes de guerra cometidos pelo estado Israelense na Cisjordânia, ocupada e no bloqueio da Faixa de Gaza. Esta medida tinha sido bem recebida pela Autoridade Palestina que inclusive é signatária do tratado do TPI desde 2015, diferente dos Estados Unidos e de Israel que ainda não aderiram, contudo seus agentes e funcionários podem ser responsabilizados quando atuam em território dos signatários.
Resultado desta medida, na última sexta dia 19 de março, Israel recebeu um ofício de Haia onde informava que seriam investigados: a ofensiva militar de 2014 contra os palestinos, a política de assentamento em Gaza e os protestos da Grande Marcha do Retorno de 2018. A repressão a estes protestos teriam provocado a morte de 214 palestinos, incluindo 46 crianças e mais de 36 mil feridos.
A represália não se limitou na retirada da autorização que permitia uma saída sem a necessidade de prévia autorização dos israelenses. Quando a comitiva retornava para Palestina pela Jordânia foi detida e interrogada por funcionários dos serviços de segurança da Shin Bet. Esta é a agência de segurança interna do Estado Israelense com algumas denuncias de práticas de tortura segundo alguns grupos de direitos humanos.
Todas estas informações comprovam como o Estado Israelense não tem o mínimo interesse ou desejo de superar ou resolver a questão palestina de modo digno e efetivo. Pelo contrário o objetivo é inviabilizar a existência de um efetivo estado palestino, além de colocar a culpa deste fracasso no povo palestino, pois seria violentos e incapazes de se auto administrar mesmo quando seus dirigentes apelam para um órgão de soluções pacíficas e jurídicas criado pelo Imperialismo como o Tribunal Penal.
Logo, os palestinos estão sendo submetidos a uma ditadura de molde fascista, pois busca destruir as organizações populares e operárias e a própria classe trabalhadora israelense igualmente acaba sofrendo os efeitos desta ditadura. É preciso denunciar sempre esta ditadura e defender que a Palestina se torne um estado pleno, governado pelos seus trabalhadores, e que a influência do Imperialismo seja extirpada da região.