Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Nova caça às bruxas

“Democrata” Macron faz perseguição política nas universidades

Ao contrário da propaganda, Macron impulsiona diversas medidas anti-democráticas na França. Agora, o alvo são as universidades.

Com o pretexto de combater o que chama de “islamoesquerdismo”, o governo francês inaugura uma verdadeira caça às bruxas nas universidades do país. A ministra responsável pelas universidade francesas, Frédérique Vidal, anunciou o novo capítulo na escalada de arbitrariedades. A ministra solicitou dados ao Centro Nacional de Pesquisa Científica para separar estudos “científicos” e “militantes”, declarando que as universidades estariam infestadas por acadêmicos que se aproveitam do próprio status para promover ideias “radicais ou militantes”.

Como o termo “islamoesquerdismo” já indica claramente, a perseguição institucionalizada contra os árabes e seus descendentes tende a se intensificar. Mas também é bastante evidente que essa perseguição étnica não será restrita aos árabes, mas atingirá todos os imigrantes pobres, especialmente da África. Aliás, qualquer defesa dos direitos dessas pessoas também estaria enquadrado sob o rótulo de “islamoesquerdismo”, um termo inventado para aglutinar tudo o que a direita odeia, é o correspondente francês do nosso “marxismo cultural” que tira o sono dos militantes de extrema-direita.

Vale pontuar aqui que Macron foi eleito supostamente para frear o avanço da extrema-direita francesa capitalizado por Marine Le Pen. Agora, o paladino da democracia novamente mostra estar pavimentando o caminho para o fascismo na França. Pintar um governo “puro sangue” dos banqueiros como progressista foi uma armadilha que a esquerda francesa armou para si mesma. Novamente, não é difícil enxergar os correspondentes brasileiros, como figuras ligadas ao PSDB como João Dória e Luciano Huck do lado supostamente “progressista” ou “científico” e a extrema-direita bolsonarista do outro. Por isso é tão importante desmascarar essas falsas polarizações, para não avalizar governos que não significam um freio real ao fascismo.

A intervenção atinge potencialmente uma enorme variedade de assuntos, como toda a história do colonialismo francês, um dos mais violentos da humanidade, e o status de cidadãos de segunda classe relegado aos descendentes de imigrantes da África e do Oriente Médio. Se trata de censurar a parte mais viva da academia francesa, aquela que joga luz sobre a realidade do país e expõe as feridas abertas da sociedade francesa, da qual os muçulmanos constituem quase 10%. Como superar esses problemas se todo o debate acerca deles for coibido?

Essa censura procura até negar a importância dos árabes para a cultura ocidental, a partir da tradução e desenvolvimento de conhecimentos apresentados em importantes obras da filosofia grega e da sua divulgação na Europa. Nessa questão, os árabes se apresentavam em um polo oposto à Igreja Católica, que sempre foi um pilar do atraso e contra o desenvolvimento das ciências. Atualmente, a resistência à opressão imposta pelo Estado genocida de Israel motivou ideólogos da extrema-direita a sugerir uma “nova judeofobia”, expressa pela teimosia do povo palestino em sobreviver na sua terra natal.

Na França, avançam medidas restritivas aos costumes e tradições islâmicos, como a proibição do uso de véus. Esses flagrantes ataques às liberdades individuais se apoiam justamente na extrema-direita, que procura sempre eleger “bodes espiatórios” para explicar o fracasso do capitalismo. Essa perseguição religiosa e étnica busca esconder também a real motivação dos atentados terroristas levados a cabo no país. Não se tratariam das ações militares francesas nos países de origem desses imigrantes e das milhares de vidas ceifadas por interesses econômicos dos capitalistas franceses, mas de um “mal” inerente a esses povos.

Quando o escândalo das recentes queimadas na Amazônia ganharam destaque na imprensa imperialista, setores completamente desorientados da esquerda brasileira chegaram a pedir por uma intervenção francesa liderada pelo representante dos bancos europeus, Emmanuel Macron. O interessante dessa crise foi que serviu para trazer a tona o fato de que a França ainda possui uma colônia na América do Sul, que inclusive faz fronteira com o Brasil, a Guiana Francesa. Uma entre diversas colônias francesas espalhadas ao redor do planeta.

Agora, o “iluminista” Macron empreende uma cruzada ao melhor estilo nazista, censurando os centros de conhecimento do capitalismo, as universidades. Apostar nesses autointitulados democratas é um caminho para o fracasso, como sempre fazem quando o fascismo se levantar será com a benção deles. É preciso denunciar mais essa perseguição às liberdades individuais na França e expor a hipocrisia que representa usar argumentos “pró-democracia” para perseguir povos e países atrasados.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.