A administração das plataformas de rede social tem censurado os posts que se posicionam a favor da Palestina no conflito com Israel no período de 11 dias consecutivos de bombardeio à Faixa de Gaza.
A moderação das plataformas Facebook e Instagram removeu quase 500 conteúdos, entre os dias 6 e 19 de maio, segundo informações da 7amleh, uma organização palestina de direitos digitais sem fins lucrativos.
Usuários relatam a exclusão de postagens com denúncias em relação ao despejo de palestinos do bairro Sheikh Jarrah em Jerusalém. Em maio, o Instagram suspendeu o relato de uma jovem palestina, Mona al-Kurd, sobre o confronto com um colono israelense. O anúncio de uma marcha na cidade de Seattle, Estados Unidos, em favor da Palestina foi removido do Facebook sem aviso prévio ou explicação.
O vice-presidente do Facebook para assuntos globais, Nick Clegg, adotou um tom de mea culpa e se desculpou pela empresa ter censurado posts pró-Palestina e os rotulado como “incitação à violência”.
“Sentimos muito por todos que sentiram que não poderiam chamar a atenção para eventos importantes ou que sentiram que isso foi uma supressão deliberada de sua voz. Essa nunca foi nossa intenção – nem queremos silenciar uma comunidade ou ponto de vista em particular”, declarou Nick Clegg.
O conflito entre Israel e Palestina explodiu após a violenta intervenção da polícia de Israel contra os palestinos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 248 palestinos foram mortos, sendo que 124 eram civis, incluindo 66 crianças. As baixas israelenses são de 13 pessoas, 85% militares. A ONU contabiliza a destruição de 450 edifícios em Gaza, 1.600 pessoas feridas e 52 mil desabrigadas.
O terrorismo de Estado promovido por Israel busca se justificar com o argumento de que o movimento palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, é o responsável pela violência. Contudo, trata-se de um pretexto cínico. Israel é um Estado que ocupa os territórios historicamente pertencentes aos palestinos, promove despejos e anexações ilegais, condenadas até pela ONU, e representa uma intervenção do imperialismo no Oriente Médio. Se há alguém que exerce a mais brutal violência, não é o movimento de resistência palestina, mas sim o Estado de Israel.
A remoção de conteúdo em prol da causa Palestina demonstra que o Facebook é cúmplice do genocídio promovido por Israel e pelos Estados Unidos. Os monopólios capitalistas, mais uma vez, procuram exercer o controle da opinião pública e direcioná-la para apoiar Israel e taxar os palestinos de “terroristas” e “extremistas”. Nada mais longe da realidade.
O Partido da Causa Operária defende a existência de um único Estado soberano, que abarque os povos palestinos e israelenses, laico e democrático, sem qualquer interferência externa. Não é fato que os dois povos se odeiam e se enfrentam numa guerra de tipo religiosa entre muçulmanos e judeus. O verdadeiro problema é a ingerência imperialista que impõe uma ditadura sobre os árabes palestinos e os trabalhadores judeus israelenses.
