A líder em faturamento entre supermercados no Brasil, Carrefour, que em 2020, em plena pandemia, obteve um lucro de R$74,7 bilhões, acaba de adquirir, por uma bagatela de R$7,5 bilhões, uma outra gigante no setor varejista no Brasil, o Grupo BIG, que detém 387 lojas espalhadas, principalmente, nas regiões Nordeste e Sul país, opera a bandeira Maxxi Atacado e o clube de compras Sam’s Club, que herdou na aquisição da americana Walmart no Brasil, em 2018.
Com a aquisição, o potencial de vendas brutas, por ano, da Rede Carrefour passa a ser de R$ 100 bi, o que leva a concentração de mercado no setor de mais de 40% por apenas dois grupos, Carrefour e Pão de Açúcar.
“Assim que concluída a operação, o Gripo Carrefour irá deter 67,7% de participação do Grupo Carrefour Brasil, a Península Participações terá 7,2%, enquanto a Advent e o Walmart, através de entidades afiliadas, terão juntos 5,6%”. (Reuters 24/03/2020)
Mesmo diante da gigantesca crise capitalista, que se agravou devido a pandemia do coronavírus, o monopólio francês continua crescendo e absorvendo outros monopólios, como é o caso da Rede BIG.
A compra da Rede BIG pelo Carrefour mostra, mais uma vez que, o monopólio é o produto final do capitalismo, é invariavelmente o resultado da atuação das leis de livre mercado. No caso das redes de supermercados no Brasil, cujo os monopólios é uma realidade já a algumas décadas, redes como o Carrefour e Pão de Açúcar compõem um cartel e atuam em conjunto com outras poucas empresas para terem o controle do mercado e consequentemente produzem, de forma combinada, os preços dos produtos.
Durante o ano de 2020, o mundo se viu em uma situação nunca antes vista em pelo menos um século: uma pandemia. Com o surgimento do novo coronavírus e, consequentemente, o agravamento de sua atuação ao redor do mundo, a economia mundial sofreu um duro golpe, intensificando o processo inevitável de decadência do capitalismo. Por conseguinte, a manutenção e o desenvolvimento dos grandes monopólios também se intensificaram, como forma de garantir a redução das perdas dos grandes capitalistas durante a crise.
A venda da Rede BIG é reflexo muito claro do que a atual crise financeira tem feito com as grandes empresas.
O único regime possível de colocar o interesse público antes das margens de lucro gerados pela economia capitalista seria dentro de um regime socialista. Apenas com a ditadura do proletariado é possível que isso aconteça, pois ela em si significa que o povo controla as riquezas por ela produzidas e destinará o bem-estar de todos.
Até lá, é preciso lutar pelas reivindicações elementares da classe operária, por sua condições de vida, por seus direitos democráticos e contra a direita golpista, entreguista, que está facilitando a vida dos capitalistas, e torturando a classe trabalhadora.