Nas últimas semanas, a imprensa internacional tem relatado um avanço gigantesco no número de casos de contaminação por Covid-19 na Índia. Nas últimas 24 horas, o país registrou 346.786 casos e 2.600 mortes pela doença, batendo um recorde pelo 3º dia consecutivo no número de contaminados e tornando-se então o novo epicentro da pandemia.
Médicos e profissionais indianos vêm alertando para o iminente colapso do sistema de saúde. Os hospitais já estão superlotados, os medicamentos necessários estão em falta e o estoque de oxigênio chegando ao fim.
Epicentro da pandemia
A nível mundial, mais de 893.000 casos de Covid foram registrados nas últimas 24 horas, batendo o recorde desde o início da pandemia. Mais de um terço desses casos são justamente da Índia, ultrapassando os Estados Unidos, que tinham alcançado o maior número até então, em janeiro de 2021.
Colapso e subnotificação
Com a grande explosão da doença, os cemitérios e crematórios não conseguem mais dar conta do número de mortos, fazendo com que na capital econômica do país, Nova Délhi, fossem realizadas cremações em massa.
Essa cerimônia de cremação em massa e o aumento exorbitante no número de contágios são indícios de que o número de mortos pela doença divulgados pela imprensa é subnotificado. Sendo a Índia um país mais pobre que o Brasil, como, por exemplo, o número de casos divulgados na Índia é 5 vezes maior que no Brasil e ainda assim são registradas menos mortes?
Nova variante
Recentemente, uma nova variante do coronavírus foi encontrada na Índia, semelhante a variante de Manaus, mas com um potencial de transmissibilidade ainda maior. A nova cepa denominada B.1.617 estava presente em pelo menos 20% dos 10.787 testes analisados no estado de Maharashtra.
“É uma variante que apresenta mutações na proteína S, não é nada diferente do que estamos observando aqui no Brasil. O acúmulo dessas mutações nesses pontos da proteína faz com que essas novas cepas consigam escapar parcialmente de uma resposta prévia, seja por anticorpos produzidos pelas vacinas ou por uma infecção anterior”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca.
Fechamento de fronteiras
Após o descobrimento na nova variante e diante do rápido avanço da contaminação no país, alguns países anunciaram limitações temporárias no tráfego de passageiros vindos da Índia, como a Alemanha.
Neste sábado (24), o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, afirmou as limitações adotadas em seu país com relação ao país indiano e, também, que em breve adicionará a Índia na lista de países de alto risco, fazendo todas as pessoas com mais de seis anos que viajam de tais países realizarem um teste de Covid-19 e isolar-se na chegada ao território alemão.
“Para não prejudicar nossa campanha de vacinação, precisamos limitar significativamente nosso tráfego de passageiros com a Índia”, disse o ministro.
A partir da noite do domingo (25), apenas cidadãos alemães poderão cruzar a fronteira da Índia para a Alemanha.
Além da Alemanha, o porta-voz da Organização de Aviação Civil iraniana, Hassan Zibakhsh, anunciou que proibirá totalmente o tráfego aéreo com a Índia.
Política genocida dos capitalistas
A crise sanitária na Índia mostra a profundidade do genocídio promovido pelos capitalistas. O país é o segundo mais populoso do mundo e, portanto, deveria haver uma atenção internacional para conter o avanço do vírus.
Porém, tanto a burguesia imperialista, quanto a indiana, não têm nenhum interesse em conter o avanço do vírus. Preferem manter a economia funcionando para salvar os capitalistas.