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Um divisor de águas

Como o 1º de maio quebrou o bloqueio das mobilizações

Mobilização se intensifica no país após 1º de maio, e direções da esquerda acopmanham chamado às ruas

Na última semana, a Frente Brasil Popular e os Comitês Fora Bolsonaro, que reúnem em seu interior as principais organizações da esquerda brasileira, decidiram convocar uma calendário de lutas em todo País. Atos estão previstos para dias 25, 26 e 29 em diferentes regiões, exigindo vacinação, auxílio emergencial e fora Bolsonaro. Um importante passo para a luta contra o golpe.

Mobilização popular impõe volta às ruas

Esta iniciativa acompanha a tendência geral a mobilização que as bases de ativistas e militantes impuseram as direções de toda esquerda. Há um mês, a situação era muito diferente.

Após a realização dos atos do dia 31 de março que se contrapuseram aos fascistas das ruas, a vontade de lutar da classe trabalhadora brasileira ficou cada vez mais perceptível. Contudo, foi a convocação e a realização do ato nacional de 1º de maio, impulsionado pelo chamado do Partido da Causa Operária e demais organizações que se juntaram a manifestação, que representou o ponto de quebra da política da esquerda pequeno-burguesa. Dessa maneira, a política do “fique em casa”, realizada há mais de um ano pelas direções da esquerda foi superada pela mobilização dos trabalhadores.

Com a realização deste único ato de 1º de maio em todo país, no qual se somaram cerca de 2 mil pessoas e a tendência a explosão social exposta com a chacina no Jacarezinho, as direções da esquerda pequeno-burguesa não conseguiram mais conter a mobilização, alteraram sua política e passaram a aderir ao chamado às ruas.

Esta correta mudança passou a ser expressa menos de uma semana depois da realização do ato classista em São Paulo. No dia 7 de maio, acompanhando as diversas iniciativas tomadas pela base do MTST, que realizaram manifestações em todo país, Guilherme Boulos declarou “hoje o MTST tomou as ruas contra Bolsonaro! (…) o Brasil não aguenta mais!”. Posteriormente, em declaração a imprensa, Boulos afirmou seu apoio a volta às ruas, na luta contra Bolsonaro.

No mesmo sentido no dia 13, Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL publicou um artigo no site oficial do partido intitulado “É hora de voltar às ruas!”. No texto, Medeiros destaca o recorde de vidas perdidas, o fim do auxílio emergencial em plena pandemia e a chacina do Jacarezinho.

Por fim, no artigo oficial do PSOL, Juliano Medeiros coloca que “Chegamos ao limite. A voz das ruas é o que falta para mudar a situação política no país. A “tempestade perfeita” está prestes a se formar. Mas para isso acontecer o elemento popular precisa entrar em cena, demonstrando toda a sua indignação com a matança em curso no país”.

Também no dia 13, o dia de mobilização nacional contra a repressão policial, o Partido dos Trabalhadores publicou uma nota oficial destacando a importância das mobilizações nas ruas de todo país. No chamado, o partido destaca que “Negros e negras da Juventude do PT reafirmam neste dia: ‘Nem bala, nem Covid, nem fome… Não nos prostraremos diante de nenhuma dessas ameaças’”. Em entrevista à imprensa, o ex-deputado José Genoíno também saiu em defesa das manifestações nas ruas. Todas estas declarações, vão de acordo com a posição de Lula que afirmou que o “PT deve voltar às ruas”, colocando que a esquerda deve “parar de chorar no Zoom e ir para as ruas”.

O impulso à mobilização atingiu outras organizações, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central dos Movimentos Populares (CMP), que passaram a defender a volta das mobilizações. Segundo Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP “de forma muito objetiva, aprovamos isso em reunião da Direção Nacional. Nós estamos achando que está na hora de subir um degrau nas manifestações. Tomando os devidos cuidados sanitários, mas temos que ir para a rua”.

Mostrando que as experiências em todo mundo comprovam a necessidade de tomar às ruas, Bonfim também destaca que “nos nossos países aqui da América do Sul, os companheiros estão nas ruas cobrando os governos contra as medidas que afetam o povo. Ontem [13/05], a movimentação do movimento negro foi significante e mostrou que é possível e temos que estar nas ruas. Nosso povo já está no trem e no ônibus indo trabalhar.”

Intensificar as manifestações: por uma frente de luta com os trabalhadores

Outras organizações, como a Frente Nacional de Luta (FNL), liderada por José Rainha lançaram-se na mobilização, inclusive participando do ato nacional de 1º de maio realizado em São Paulo. Valdmar, um dos coordenadores nacionais da FNL declarou em entrevista ao Diário Causa Operária, que “o ato [1º de maio] foi bom e bem organizado”, e afirmou que a manifestação mostrou que é possível mobilizar os trabalhadores, “o principal objetivo foi dar o recado”, afirmou.

Todas estas declarações mostram que a política em defesa da mobilização nas ruas sempre representou os reais interesses da classe trabalhadora. A falência do “fique em casa”, apenas foi possível quando na prática os ativistas, militantes e trabalhadores de todo país intensificaram a campanha e promoveram grandes manifestações nas principais cidades. O novo momento que se criou, deixou claro que a insistência política por parte do PCO, dos Comitês de Luta e de todos os militantes da esquerda, que nunca abandonaram os trabalhadores nas ruas, foi o ponto crucial desta mudança política, e que apenas a mobilização é capaz de mudar a situação política.

Agora, é impulsionar a luta, tomar às ruas e intensificar a campanha pelo Fora Bolsonaro, por vacina e em defesa um auxílio emergencial de no mínimo 1 salário mínimo, defendendo as principais reivindicações dos trabalhadores em meio a crise econômica e o genocídio na pandemia.

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