Mais uma medida repressiva do Estado contra os presidiários. Em São Paulo, a a juíza Gilsa Elena Rios, da 15ª Vara da Fazenda Pública, atendeu a um pedido do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciaria do Estado de São Paulo) e voltou a proibir provisoriamente a visita de familiares às pessoas presas em todo o sistema carcerário paulista. Se for mantida, a decisão liminar (provisória) vale para o próximo final de semana.
Na decisão, a juíza afirma que a suspensão das visitas acontece devido ao agravamento da pandemia do novo coronavírus, o que inclui as regiões de Barretos, Ribeirão Preto, Araraquara, Bauru, Marília e Presidente Prudente na fase vermelha do Plano São Paulo, e apenas Araçatuba, Piracicaba e Baixada Santista na fase amarela — as outras regiões estão na fase laranja. Ela também menciona a superlotação dos presídios como fator de aumento do risco de contaminação entre os servidores, presos e familiares.
“É notório que o ambiente dos presídios, com superlotação e concentração de pessoas contribui para o agravamento da disseminação, e medidas como controle de acesso são paliativas e não evitam o risco maior decorrente do contato destas visitas com os presos e agentes penitenciários”, diz Rios na decisão.
Corroborando a decisão de Rios, Leila Cury, a juíza titular da Vara de Execuções Penais (VEP) assinou, nesta segunda-feira (1°/3), decisão que suspende, por 30 dias, as visitas de familiares e advogados em todos os presídios do Complexo Penitenciário da Papuda, da Brasília (DF).
“Mesmo com o início da campanha de vacinação da população idosa e dos grupos mais vulneráveis, em razão da escassez de vacinas, a imunização, ainda que parcial, da população, demandará muito tempo. Assim, as medidas de distanciamento físico, incremento das rotinas de higiene e uso de máscara devem ser preservadas para evitar a propagação das contaminações”, escreveu a juíza ao suspender as visitas em toda a Papuda.
O golpe de Estado de 2016, que tirou presidenta eleita democraticamente, e a sua continuação com a retirada dos direitos políticos de Lula, através dos processo fraudulentos da Lava Jato e sua prisão em 2018 para que a eleição de um candidato da direita fosse assegurada, Bolsonaro, tudo isso semeou o terreno para o verdadeiro caos que estamos vendo hoje no tal ”combate” a pandemia do coronavírus-19.
Apesar de tudo, ainda existe um setor da esquerda – uma esquerda ”chave de cadeia”, digamos assim, que vive de tentar jogar agua no moinho dessas instituições que só servem para massacrar o povo mais pobre, entre eles a maioria de parcela de negros, já são quase um milhão de presos no Brasil, enquanto uns denunciam o verdadeiro inferno na terra em que estes seres estão submetidos, uma porção apoia todo tipo de medida repressiva contra essas pessoas.
É claro que durante a epidemia do COVID-19, os ataques contra os presos só aumentaram. Não se pode esquecer que inclusive muitos setores tentaram tirar a vacinação deste conjunto da sociedade – isto é, defendiam que eles morressem de coronavírus, aglomerados como animais enjaulados, nestes verdadeiros infernos na terra.
Também pudera, pois a política dos golpistas é totalmente criminosa. Não há vacinação ou testagem em massa. Ninguém sabe exatamente o índice de contaminação e quantos já morreram. Apenas se sabe que existe uma grande repressão nos presídios hoje e isso se expressa em medidas como essa.
O coronavírus se espalha em aglomerações, e os presídios sendo grande centros de aglomeração, seria preciso que algo fosse feito: libertar todos aqueles que não representam ameaça, muito mais do que 90% já que a maioria está condenado por crimes menores, todos eles deviam ir para suas casas, se a situação de fato fosse lidada.
Finalmente, a decisão da juíza nesse sentido se mostra muito mais uma medida de contenção demagógica, e, na verdade fascista. Estão aproveitando a pandemia para esmagar ainda mais estas pessoas – já que o único contato que eles tem com quem está aqui fora é com suas famílias e proibir isso é totalmente criminoso.
