Nas últimas 24 horas, o estado de São Paulo registrou a trágica marca de 1.021 mortes, superando as piores expectativas dos especialistas em saúde, que previam um número de óbito em torno de 800 pessoas.
Acompanhando a piora em todos os estados na pandemia, o estado mais rico da federação, São Paulo, está com 85% de internações acima da média de 2020, com previsões de os leitos esgotarem em apenas três dias.
Outro problema que vem acontecendo no Estado é a falta de insumos do kit-intubação. Enfermeiros relatam que pacientes intubados estão acordando assustados quando os poucos sedativos dados não fazem mais o efeito necessário. Os enfermeiros começam a racionar a dosagem dos medicamentos nos pacientes. Quando os pacientes acordam, muitos se mexem, se assustam com a mangueira de intubação e acabam machucando a faringe, aumentando as dores e permanecendo com dificuldades para respirar. Essa cena agônica está ocorrendo em muitos hospitais distantes do centro de São Paulo e no interior do estado.
Dorisdaia Humerez, coordenadora da Comissão Nacional de Saúde Mental do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), em reportagem no sítio Uol, confirma os relatos de caos nos hospitais públicos em todo o País e diz que “numa situação de emergência tem de dividir [os medicamentos]. Se você diminuir a sedação, o paciente vai sentir dor, vai tentar reagir, tentar se mexer, tenta tirar”.
Com enfermeiros exaustos e abalados emocionalmente, com carência de praticamente tudo nos hospitais, sobretudo oxigênio e medicamentos, sem tempo para esperar a criação de mais leitos, o Estado governado por Doria, que passava uma falsa imagem de científico e responsável, para se diferenciar do genocida Bolsonaro, não tem expectativa para conter o número de contaminados e óbitos. Infelizmente, a previsão é de mais caos e morte. Toda essa tragédia no Estado de São Paulo, estado mais rico do Brasil, se estenderá para todo o País de forma muito mais trágica, prolongada e desesperadora.
Enquanto se previa essa agonia e morte do povo brasileiro, o governo fascista de Bolsonaro, apoiado por Doria e demais governadores direitistas do Brasil, cancelava em agosto de 2020 a compra de 13 dos 23 medicamentos necessários para esse kit-intubação, alegando “preços acima das estimativas do mercado”, como apontou o relatório do Ministério da Saúde.
Esse estado de desespero e morte que acomete São Paulo prova que o governo Doria é tão genocida quanto o de Bolsonaro. Na Venezuela, país pobre, perseguido, embargado e sabotado pelo imperialismo, há 1.500 mortes no total, enquanto o Estado de São Paulo, que tem uma economia bem mais rica que a venezuelana, deixa morrer mais de mil pessoas por dia! A Venezuela vacina seu povo. Doria compra vacina cara, com pouca eficiência e ainda numa quantidade muita pequena.
Assim como Bolsonaro, Doria continua não fazendo nada, apenas maquiando a situação com medidas restritivas, as quais vão de encontro aos direitos democráticos da população e ainda a prejudicam financeiramente, pois vêm sem auxílio emergencial e ainda de forma parcial, geralmente no final da tarde e à noite. Os toques de recolher, “Lockdowns” parciais, não estão sendo eficientes a ponto de diminuir a expansão do vírus. A população continua diariamente sendo contaminada nos trens e ônibus lotados. Os donos das empresas de transporte auxiliam os governos na ação genocida ao não aumentar a frota. Eles a diminuem. O povo trabalha a semana toda aglomerado e quando vai se divertir está proibido e ainda é acusado de culpado pelo aumento da contaminação. Salva-se a burguesia genocida e culpa o povo, principal vítima desse caos.
O cinismo dos grandes meios de comunicação também colabora para essa narrativa de que o povo não se cuida, quando na verdade o povo está à deriva, abandonado, muitos sem emprego, tendo que ir às ruas ganhar o pão de cada dia. Os governantes, que deveriam por em prática uma operação de guerra para vacinar a população e construir leitos suficientes, nada fazem, só demagogia e genocídio.
Para livrar o Brasil dessa tragédia nacional é preciso mexer de forma corajosa com os interesses dos grandes capitalistas, das indústrias farmacêuticas e dos banqueiros, os quais continuam lucrando com a miséria mundial e são os principais parasitas responsáveis por essa tragédia no mundo.
O isolamento social só será possível e com apoio da população se for decretada a paralisação de todas as atividades não essências do país, deixando assim o povo em casa, com salário digno garantido (R$5 mil reais), com apoio aos pequenos comerciantes, proibição de demissão, dos cortes de energia, água e aluguel; distribuição de cestas básicas, álcool em gel, vacinação e testes em massa para a população. Além disso, redução imediata dos abusivos juros bancários. Do contrário, será só demagogia e morte, como já está acontecendo em todos os estados do País.
A saída de Bolsonaro, Doria e todos os golpistas responsáveis por essas mortes é o primeiro passo para começarmos a salvar vidas e sair desse fundo do poço que a burguesia nos jogou.