A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) realizou coleta de dados junto as prefeituras do Brasil para avaliar o risco de que hospitais locais fiquem sem medicamentos e kit intubação durante essa semana.
No total de 5.568 municípios questionados, somente 2.553 responderam as perguntas em um total de 45,9%. Destes, 44,7% localizaram risco iminente da falta desses insumos básicos.
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 à 31 de março. A possibilidade de que essa situação trágica estava para acontecer foi levantada por diversos trabalhadores da saúde e secretários em meados de março. Segundo apontam, sem os kits de intubação, a anestesia com aplicação de relaxantes musculares fica quase impossível manter pacientes em respiração mecânica.
Além da falta de medicamentos, existe a chance também que o oxigênio hospitalar venha a faltar para 625 municípios.
A falta de medicamentos para intubar pacientes da covid-19 tem promovido em diversos hospitais o fechamento de leitos de terapia intensiva, como no caso de São Paulo, em que algumas cidades transferiram pacientes que precisavam de intubação para outros locais devido a impossibilidade de sedação, mesmo tendo todo o aparato humano e estrutural para internações.
Frente ao caos generalizado do serviço de saúde a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou que vem tomando medidas para desburocratizar o sistema de distribuição e facilitar os processos de importação de dispositivos médicos e medicamentos prioritários para o uso em serviços de saúde em caráter emergencial. Porém a falta acusa que a ação ainda não deu resultados práticos já que ainda faltam medicamentos
Outro tópico do questionário levantou que 948 cidades fecharam os serviços considerados “não essenciais” no sentido de evitar maior disseminação do vírus. Com toque de recolher, em 2.098 municípios em todos os dias da fase emergencial e em 2.246 municípios com fechamento somente aos fins de semana.
A abertura das escolas, que tem sido motivo de muita pressão por parte dos capitalistas foi abordada também na pesquisa, os resultados apontaram que a maioria absoluta dos municípios adotaram a suspensão das aulas presenciais, 2.282 dos pesquisados. Ainda de acordo com o levantamento, 15,3% das prefeituras anteciparam feriados municipais para conter aglomerações.
Os dados da pesquisa revelam com maior clareza o que está sendo realizado por governos de todas as esferas no país no combate a pandemia: nada ou quase nada.
As poucas ações apontadas pelas prefeituras, como lockdown com quase tudo funcionando, e suposta compra emergencial de medicamentos importantes não tem refletido na diminuição da contaminação, atualmente o país tem quase 4.000 mortos por dia e a tendência de aumento é confirmada por todos os especialistas da área da saúde e infectologia.
Os governos das esferas federal, estadual e municipal, juntamente como instituições do judiciário e legislativo brasileiro demonstraram que são incapazes de tirar a população da crise que se encontram, ao contrário jogam todo o ônus da pandemia e da crise capitalista nas costas dos trabalhadores.
É preciso reverter essa situação, não haverá saída se a vida do povo estiver nas mãos dos criminosos golpistas, é preciso expulsá-los da administração do Estado, por abaixo essa associação criminosa que mata sem escrúpulos.