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Rui no 247

“Bolsonaro pode sair por cima com esse negócio da vacina”

"A burguesia está divida entre lançar um candidato ou apoiar o Bolsonaro"

Existe muita apreensão com os principais órgãos de imprensa burguesa no mundo por causa do potencial mobilizador da revolta atual no Oriente Médio. É uma mobilização de palestinos dentro do próprio estado de Israel e não somente na faixa de Gaza ou na Cisjordânia. A situação pode ficar incontrolável. O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, vê uma grande apreensão da burguesia, demonstrada nesses órgãos de imprensa, por todos os estados árabes que estavam tentando uma aproximação com Israel e, agora, com toda essa crise, podem pegar fogo.

“O governo israelense, ao contrário da opinião da maior parte dos governos mundiais, inclusive do imperialismo, está com uma política extremamente agressiva, bombardeando criminosamente a população civil na faixa de Gaza – é um crime de guerra, mas já se transformou numa coisa de senso comum, o bombardeio da população civil. Os números que apareceram são muito altos e metade das mortes são de mulheres e crianças. Não é pouca coisa”, disse o dirigente em seu programa semanal na TV 247, entrevistado pelo jornalista Leonardo Attuch nessa terça-feira (18).

A agressão israelense com 10 vezes mais força do que a agressão sofrida é algo que lembra a Alemanha nazista. As armas utilizadas pelos palestinos são caseiras enquanto que Israel tem as armas mais modernas do mundo. Lembrando que o estado de Israel foi quem começou a intriga atacando brutalmente os palestinos dentro do estado de Israel. “O Hamas entrou para apoiar esse pessoal (os palestinos oprimidos)”, disse Rui na Análise Política.

Já sobre Biden, o analista afirmou que “veio num momento errado [a crise entre Israel e os palestinos] para o Biden que está tentando botar uma fachada democrática e estava, universalmente não, mas estava sendo mais ou menos bem sucedido em se apresentar como democrata. O pessoal já estava falando em Roosevelt, que não foi flor que se cheirasse, mas ficou o mito do Roosevelt. Isso colocou tudo por terra porque o apoio do Biden pela carnificina provocada por Israel é integral. (…) Tudo são manobras políticas, o homem não é democrático nem nada porque apoiar isso daí é uma coisa muito vergonhosa (…)”.

Constituinte “fake” chilena

Sobre o Chile, a primeira avaliação do presidente do PCO das eleições ocorridas há dois dias é que “houve um poderoso deslocamento à esquerda”, um reflexo condicionado de toda a crise anterior com mobilizações enormes. Mesmo com o sistema eleitoral totalmente desfavorável à esquerda, ela saiu vitoriosa.

“Com relação ao resultado em si, nós temos que colocar dois ‘poréns’, o primeiro é que muitos desses candidatos são candidatos que ninguém sabe quem que eles são. São candidatos sem partido e sem coligações, isso daí ninguém sabe no que vai dar. (…) Um jornal destacou que, dentre os candidatos independentes, tem uma mulher que saiu na mobilização, uma microempresária que saiu na mobilização vestida de Pikachu, ficou conhecida e foi eleita. Tem muito disso, é um pouco o movimento Cinco Estrelas, é uma incógnita, mas mostra a crise dos partidos políticos todos, inclusive os de esquerda. A esquerda unificada teve 28 votos e a chamada centro-esquerda, aonde está o Partido Socialista, teve 25. Então é meio complicado saber no que [esse pessoal] vai votar, qual vai ser o posicionamento efetivo deles”, afirmou.

A vitória da esquerda nessas eleições é um reflexo da intensa campanha de rua que aconteceu no Chile antes da pandemia. Porém, Rui ressaltou que a indefinição de uma parcela dos deputados é um problema importante, além dos independentes tem as 17 cadeiras do movimento indígena: “‘Movimento indígena’ não quer dizer nada. Você tem movimento indígena que é aliado da extrema-direita” com uma cláusula do acordo que deu lugar à Constituição diz que são necessários 2/3 dos votos, portanto se a direita que tem 37 cadeiras conseguir mais dois votos já conseguirá barrar qualquer alteração constitucional. Ou seja, esse resultado, do ponto de vista prático, provavelmente irá manter o poder de veto da direita. O que mostra o caráter totalmente equivocado do acordo em torno da Constituinte num momento de rebelião do país com forte deslocamento à esquerda. “Foi um gravíssimo erro da esquerda (…) de terem concordado com essas cláusulas. Deveriam ter denunciado e se insurgido contra isso”, completou.

Conjuntura nacional

A declaração de Bolsonaro que disse que só os idiotas estão em casa foi vista por Rui como algo natural da política dele: “Acho estranho porque um presidente da República deveria ter um pouco de assessoria. A política dele é de que a pandemia não é nada. Uma bobagem, tem quase 500 mil mortos em índices duvidosos, pode ser muito mais. Ou seja, Bolsonaro não tem política para a pandemia, infelizmente isso não quer dizer que ele vá se dar mal e, na minha opinião, por falta de política da esquerda que ficou presa à uma política também muito frágil da burguesia, da ala direita da burguesia que disputava com oBolsonaro, para quem a única solução era o isolamento social que sempre foi uma coisa muito pequena no Brasil”.

Sobre a recuperação econômica brasileira que foi recentemente noticiada, Rui lembrou que se trata de recuperar parcialmente o que foi perdido com toda a crise até aqui. Não é nenhum crescimento real. É natural a “retomada econômica” já que as pessoas estão voltando às ruas, voltando a comprar e vender. Isso pode favorecer Bolsonaro já que se sai de um sufoco evitando, pelo menos num primeiro momento, uma revolta geral.

“Eu acho que é uma política ruim essa de esperar que a pessoa através de um movimento de imprensa perca totalmente o lastro e fique totalmente esvaziado. Acho que é preciso ter uma política mais ativa, mas a esquerda está naquele negócio ‘o Lula vai ganhar’ e essa coisa toda. Não é assim, o mundo é complexo”, concluiu.

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