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Política de Morte

Bolsonaro e governadores são corresponsáveis pelo colapso total

135 pessoas morreram em São Paulo esperando por vagas em UTIs.

A superlotação dos hospitais e serviços de saúde em função do aumento de casos de COVID-19 no Brasil já resultou na morte de, pelo menos, 135 pessoas que esperavam por vagas em UTIs em São Paulo ao longo da última semana. As taxas de ocupação na capital estão próximas de 100%. Segundo a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), menos de 10% dos municípios do Brasil tem UTI. Em São Paulo, cerca de 100 das 645 cidades não oferecem atendimento intensivo.

Segundo reportagem do jornal O Globo, em Franco da Rocha, cidade da Região Metropolitana da Capital, foi registrada a maior parte das mortes nas filas de espera. Ao todo foram 15 óbitos, sendo seis destes de pessoas com menos de 60 anos. No estado em geral, existem, no momento de publicação desta matéria, 1,5 mil pessoas aguardando vagas em hospitais e, de acordo com o Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, 20% dos pacientes necessitam de leitos de UTI. Os pedidos de transferências de pacientes infectados com o coronavírus cresceram 117% em comparação ao início da pandemia.

Segundo a matéria, a situação é ainda mais grave nas cidades menores que, quase sempre, não possuem leitos de UTIs. “Se eu pensar nos 10 mil leitos para atendimento só de Covid em São Paulo, já dá uma taxa de 23 leitos para cada 100 mil habitantes, coisa que só Alemanha e Estados Unidos têm. É um sistema que sempre funcionou, desde que não tenhamos que viver uma pandemia” disse Ederlon Rezende, médico intensivista e integrante do Conselho Consultivo da AMIB.

O Governo Federal, como bem sabemos, não tem feito nada no combate ao vírus desde o decreto do estado de pandemia, em março do ano passado. Além de subestimar a mortalidade da doença diversas vezes, permitiu que ficássemos meses sem um Ministro da Saúde e, mesmo agora, após a terceira troca na pasta, não divulgou um plano efetivo e sólido para salvar a vida dos brasileiros. Jair Bolsonaro dorme, neste momento, em uma cama feita com os quase 300 mil corpos das vítimas da doença no País. Sua culpa é inegável, tendo em vista a recusa injustificada, inclusive, na compra de mais de R$ 70 milhões de doses de vacina, como vimos em nota divulgada pela farmacêutica Pfizer.

Entretanto, edificam e nadam em uma piscina de sangue, também, os demais representantes do poder público nacional. Deputados, senadores e, principalmente, governadores, mesmo criticando a política bolsonarista, fizeram muito pouco ou nada para, de fato, ajudar a população brasileira. Completamos um ano de pandemia e a única coisa que os governadores estaduais fizeram foi um “lockdown” falso onde, semana sim, semana não, abriam e fechavam o comércio (com exceção, claro de serviços essenciais, bares, igrejas, academias, parques etc;).

Se Bolsonaro é genocida, os governadores também são. A imprensa burguesa costuma atacar diariamente Bolsonaro mas esquece da culpa e responsabilidade dos outros membros do poder executivo. Entretanto, esta atitude por parte da imprensa capitalista se trata apenas de uma tática política: ao apontar o presidente como único culpado pela pandemia, acaba por encobrir os erros e omissões de seus protegidos. Como se não fosse suficiente, alguns setores da esquerda, em especial a esquerda pequeno-burguesa, que acusam Bolsonaro e defendem os governos “científicos” acabam por fazer propaganda para, por exemplo, João Doria, principal adversário de Bolsonaro nas eleições de 2022 depois de Lula. Doria, inclusive, que por si só, utiliza-se da pandemia para fazer uma campanha eleitoral antecipada.

Quando se trata de crítica política, é necessário basear-se em fatos concretos. É fato que o Governo Federal foi, no mínimo, omisso na administração sanitária da pandemia. E, também, é fato que os governadores também o foram. Para criticar um não se precisa defender o outro. Ambos são farinha do mesmo saco, ambos são golpistas. Enquanto Doria faz de conta que combate o vírus e a esquerda pequeno-burguesa aplaude, 65 mil pessoas já morreram no estado de São Paulo. Um morto a cada cinco minutos no estado que tem o PIB maior que o da Bélgica. Não podemos cair em discursos demagógico. Precisamos, sim, criticar, denunciar e fazer oposição nas ruas contra todos os golpistas, sem exceção.

Ao menos 135 pessoas com Covid-19 ou suspeita da doença não resistiram à espera por um leito de UTI e morreram até a sexta-feira (19) no estado de São Paulo. Os pacientes estavam cadastrados no sistema de regulação de transferências do estado, mas não resistiram até chegar a vaga, de acordo com a Secretaria da Saúde. A ocupação geral de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nas redes pública e privada está em 91,4% no estado e em 91,6% na Grande São Paulo nesta sexta. O número total de pacientes internados no estado é de 27.527, sendo 11.738 em UTIs e 15.789 em enfermaria. Esse valor é 77% maior que o total de pacientes internados no dia 27 de fevereiro, quando o estado bateu o recorde de pacientes internados pela primeira vez.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo afirmou: “O governo de SP tem investido na ampliação de leitos e somente neste mês anunciou a abertura de mais de 1 mil leitos e 12 hospitais de campanha. Até abril, o estado terá mais de 9,2 mil leitos de UTI, contra 3,5 mil antes da pandemia. Ainda assim, é importante que a população respeite a Fase Emergencial do Plano São Paulo, use máscaras, respeite o distanciamento social e fique em casa”. Sim, ficar em casa sem auxílio digno e morrer de fome, Governador.

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