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Universidade Marxista

Aula 8: o Termidor Soviético e a ascensão de Stálin

Como surgiu a contrarrevolução na URSS, a crise no Partido Bolchevique e a circunstância precisa do crescimento da burocracia soviética

A crise de 1921 na Rússia foi o tema desta quinta (28), na 8ª aula do curso de formação marxista “O que foi o stalinismo”. Parte da 46ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), a aula também apresentou temas como revolução e contrarrevolução, a crise do Partido Bolchevique, expressa na formação da Oposição Operária dentro do Partido, bem como a ascensão de Joseph Stálin.

Termidor francês e soviético

Ministrada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, o primeiro bloco da aula tratou da revolução e contrarrevolução. Voltando aos acontecimento da Revolução Francesa de 1789, ele deu vários exemplos sobre como se deu o surgimento do Termidor na França, que derrubou o governo de Robespierre, pondo fim ao período revolucionário dos Jacobinos e abrindo caminho para a direita francesa. Rui explicou que foi baseado nisso que Trótski definiu como Termidor Soviético a tomada do poder por Stálin.

Na resposta às perguntas, ele explicou como as revoluções são um processo extremamente enérgico, que acaba devolvendo uma parte da violência sofrida pelas classes dominadas diante das classes dominantes. Quando a revolução aconteceu, todos esses anos de violência e opressão social são liberados de um forma concentrada, o que gera um violência revolucionária. Rui cita o caso das “tricotadeiras da revolução francesa”, que assistiam atentamente e com satisfação a decapitação da nobreza. Ele lembra a frase de Marx e Engels no Manifesto comunista:

“Que as classes dominantes tremam diante da possibilidade de uma revolução comunista.”

O risco de divisão do partido

Em seguida, falou-se das condições materiais da URSS, num país devastado pela guerra, com camponeses e operários insatisfeitos, que passavam a se chocar contra o próprio governo bolchevique. Ele falou também que este conflito dentro do Partido levou à formação da Oposição Operária, liderada por Alexander Shliapnikov e Alexandra Kollontai e que apresentou todo um programa de reivindicações contra o governo bolchevique, que quase levantou à ruptura do Partido, em seu X Congresso.

Rui fez uma vasta explicação dos aspectos que levaram à situação de 1921, fim da guerra civil e início de revoltas contra o governo revolucionário bolchevique. Neste mesmo ano, durante o próprio X Congresso do Partido, explodiu a revolta dos marinheiros de Kronstadt, que levou à repressão do levante por parte do governo Bolchevique.

Ele explicou como a disputa que se colocou dentro do partido e como Lênin mediou os conflitos dada a necessidade de manter a unidade do Partido para poder manter o regime. Segundo ele, Lênin caracterizou a Oposição Operária como uma oposição sindicalista, pequeno-burguesa e anarquista.

A ascensão de Stálin

O presidente do PCO se dedicou a explicar como a discussão no X Congresso foi uma prova mais clara da disputa de poder dentro do Partido. Segundo ele, Zinoviev se aproveitou da crise que havia entre os sindicatos e o governo, sobretudo contra Trótski – que propôs a intervenção nos sindicatos com os “exércitos de trabalho” – para levantar a discussão no Congresso, de forma a isolar o líder do Exército Vermelho.

O resultado direto desta situação foi o afastamento de Preobrajenski, Yuri Piatakov, Krestinski (ambos que viriam compor a oposição de esquerda futuramente) da Comissão de Organização que substituirá Jacó Sverdlov (secretário de organização do partido) e do Comitê Central do Partido, em detrimento do ingresso de pessoas ligadas à Zinoviev e Stálin.

Foi neste momento que Stálin, tirado de todas as funções mais complexas, como a liderança no campo de batalha, utiliza da sua posição como secretário geral do Partido, responsável por deliberações administrativas, uma espécie de “departamento de Recursos Humanos”, que tinha como função pagar salários, conceder férias, escolher onde cada quadro iria trabalhar, entre outros. Ou seja, a função que era menos complexa, mas que se tratava de administrar pessoas, foi um aspecto específico e necessário, que permitiu a proliferação de camarilhas dentro do aparelho do partido, que viriam a dar suporte a Stálin nos Congressos e votações do partido.

Por último, o companheiro Rui explicou como a convergência de todos esses aspectos, acontecimentos e crises anteriores, foram a condição peculiar que permitiu a ascensão da burocracia stalinista, que passaria a comandar todos os funcionários do Partido Bolchevique e a acumular forças, até que Stálin tomasse o poder do próprio governo revolucionário, configurando o Termidor Soviético..

O que os participantes estão achando do curso?

Em depoimento sobre o curso, a companheira Lucia Medeiros, brasileira de Porto Alegre, artista, residente em Portugal, disse:

“Muito interessante. Diferente dos livros que li. A abordagem é contemporânea…”

Ela ainda recomenda “vivamente a participação no curso”. Segundo ela:

“porque reconfigura e traz para uma zona de luz nexos marxistas que Stalin escamoteou com a burocracia dos novos eunucos, a ‘nova igreja’ russa, a ‘classe’ dos funcionários públicos… As 3 primeiras aulas são estratégicas para o andamento do curso. Agradeço sobremaneira a gentileza que me foi dada em participar do Curso. Até à vitória.”

2ª Reunião dos Grupos de Discussão

Neste fim de semana ocorrerá a 2ª reunião dos grupos de estudo da 46ª Universidade de Férias. Conforme solicitações dos próprios participantes do curso, a partir de agora os grupos de estudo ocorrerão todos os domingos até o fim do curso. Alguns grupos se reunirão em horários diferentes, como anunciado durante a aula:

  • Grupo Centro-Oeste: Sábado às 17h
  • Grupo Exterior: Domingo às 7h (horário de Brasília)
  • Grupo Sul: Domingo às 14h
  • Grupos São Paulo, Nordeste e Norte: Domingo às 18h

Perdeu a 8ª aula ou ainda não se inscreveu no curso?

Ainda dá tempo de participar, basta acessar o endereço universidademarxista.pco.org.br, preencher os dados e pagar a inscrição, que custa um preço simbólico!

Antes do início da 1ª aula, foi apresentado um tutorial do funcionamento do curso, dos grupos de estudo, da plataforma da Universidade Marxista, do acesso à Enciclopédia Marxista e à Biblioteca Socialista. Nestes espaços há verbetes dos personagens históricos, livros, textos e artigos de jornais da época, um material.

E se você perdeu alguma aula, da 8ª, a 1ª aula, não há problema, na plataforma da universidade é possível acessar todo o conteúdo publicado até então, com as aulas na íntegra!

Não fique de fora da maior atividade de formação marxista do País! A 46ª Universidade de Férias tem mais de 1.000 inscritos no Brasil e no exterior! Mais do que um curso é um chamado à luta contra o golpe de Estado e pela revolução proletária mundial.

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