O Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) realiza desde 13 de setembro até 7 de outubro sua 48ª sessão. Em sua abertura, a alta comissária da ONU, Michelle Bachelet, mencionou preocupação referente aos ataques contra os povos indígenas brasileiros: “No Brasil, estou alarmada com os recentes ataques contra membros dos povos yanomami e munduruku por mineradores ilegais na Amazônia. As tentativas de legalizar a entrada de empresas em territórios indígenas e limitar a demarcação de terras indígenas — notadamente por meio de um projeto de lei que está em análise na Câmara dos Deputados — também são motivo de séria preocupação“-
Alguns dos temas abordados serão: a pandemia da Covid-19, a preservação ambiental e territorial, e os direitos humanos. O Marco Temporal também será denunciado. No Brasil, o Marco Temporal está suspenso desde que o ministro Alexandre de Moraes pediu vistas do processo. Se aprovado, serão consideradas terras indígenas apenas os territórios tradicionalmente ocupados pelos índios na data da promulgação da Constituição Federal de 1988.
Em nome dos indígenas e povos indígenas representantes de organizações indigenistas e da sociedade civil estarão atuando em diálogos interativos, painéis, eventos paralelos e debates gerais no Conselho de Direitos Humanos da ONU. São elas: Conselho Indígena de Roraima (CIR), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), Rede Nacional em Defesa da Soberania Alimentar na Guatemala (REDSAG Guatemala) e Franciscans International.
Vale ressaltar que estas organizações recebem financiamento de organizações capitalistas como da Fundação Ford, assim como da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e apoio financeiro, e do atual governo brasileiro através da Pátria amada Brasil.
Nem a ONU e nem os estrangeiros
A esperança nas instituições burguesas não morre, mas essas instituições não merecem nenhum tipo de esperança. Não, nem a ONU e nem os estrangeiros estão interessados ou seriam capazes de resolver as questões indígenas colocadas. A situação deplorável dos indígenas desde a Constituição de 1988 mostram que o imperialismo atua em interesse próprio.
A ONU, como órgão controlado pelo imperialismo, não tem interesse em a salvar dos indígenas. Pelo contrário, o imperialismo através de suas ações demagógicas usa a luta de grupos minoritários como a dos indígenas o pela salvação da Amazônia para pegar a Amazônia para o imperialismo.
Não serão resoluções e/ou moções condenatórias de organismos de direitos humanos controlados pelo próprio imperialismo que deverão conter as atividades criminosas do imperialismo e seus aliados no mundo.
Se queremos lutar pela vida dos indígenas, contra a invasão, exploração e contaminação de suas terras, contra o terror, a morte, a fome e a miséria é preciso ter claro: a luta precisa ser contra o imperialismo. Essa luta exige um unidade internacional de todos os oprimidos para assim impor uma derrota de conjunto ao inimigo comum da humanidade. Uma luta contra o capitalismo decadente, em sua fase terminal, responsável por todas as maiores tragédias e catástrofes que afligem os povos ao redor do mundo.
Para uma luta real, é necessário que os índios, o povo trabalhador da cidade e do campo se organizem com o apoio total da esquerda e dos movimentos populares. Tudo isso sem o financiamento de organizações burguesas que irão dominá-las.