A Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana e os técnicos da SPTrans sugeriram ao prefeito Ricardo Nunes, que deverá anunciar nos próximos dias, um reajuste do valor da tarifa de ônibus de R $4,40 para R $5,10.
Segundo informado, o reajuste seria para recompor os preços da inflação dos últimos dois anos, isso quando se sabe que o salário mínimo tem tido um aumento abaixo da inflação já há muito tempo. Ou seja, recompõe-se o valor do lucro das empresas de transporte urbano, o qual deveria ser de fato público e custeado pelo estado em prol da população, mas não se recompõe o valor que custeia a vida da esmagadora maioria da população.
Caso o aumento das tarifas seja mesmo aprovado serão quase 500 reais por mês tirados do bolso do trabalhador só para pagar pelo seu direito de ir e vir, praticamente a metade de todo salário minímo. Andréa Compri, superintendente de Receita e Remuneração da SPTrans, apresentou dados sobre queda de usuários para justificar a proposta.Ela argumenta que houve uma queda de 8,9% na frota de ônibus em circulação na cidade durante a pandemia do novo coronavírus. Essa justificativa expõe a monstruosidade que são as empresas de ônibus que controlam o transporte no município, as quais tiveram a cara de pau de retirar veículos de circulação durante a pandemia causando inevitavelmente aglomerações nos veículos restantes , tudo isso para que seus sagrados lucros não fossem afetados.É bom lembrarmos o número de mortes por covid 19 entre os motoristas e cobradores de ônibus na cidade de São Paulo que foi um dos mais expressivos ,chegando a categoria a ser considerada uma das mais expostas ao vírus com chance 3x maior de se contaminar quando comparada a outros trabalhadores.
É inaceitável esse abuso com uma população que já amarga a maior miséria da história desse país e que é obrigada a pagar preços já exorbitantes por um transporte urbano de péssima qualidade, com lotações inenarráveis e falhas constantes de funcionamento.
Por mais esse ataque aos direitos dos trabalhadores é preciso se organizar , se mobilizar e reivindicar nas ruas a reestatização do sistema de transportes públicos e o passe livre nos transportes públicos para toda população , custeado pelo estado.
