Entre os dias 4 e 5 de outubro de 2021, os Movimentos Populares Urbanos vão realizar várias atividades de mobilização dos trabalhadores sem teto na capital federal, Brasília. As ações fazem parte da Jornada Nacional de Luta pela Moradia e vão contar com a participação de diversas caravanas vindas dos outros Estados do país.
Durante o dia 4, serão realizadas atividades relacionadas ao Dia Internacional do Habitat. Já no dia 05, será realizada uma Marcha dos Movimentos Populares Urbanos na Esplanada dos Ministérios, com foco no Ministério da Economia e no Ministério do Desenvolvimento Regional.
A mobilização dos trabalhadores sem teto tem por objetivo denunciar o fim dos Programas Habitacionais e das construções de habitações de interesse social; os milhares de despejos que ocorreram durante a pandemia e o veto do governo no PL 827/2020 (PL do Despejo Zero); o PL da Autogestão na construção de habitação; a agenda neoliberal, o fascismo e o Golpe de Estado de 2016.
Bolsonaro, que destruiu a política de habitação de interesse social, agora criou o Programa Habitacional para sua base miliciana, o “Minha Casa, Minha Milícia”. Nesse programa, apenas o oficialato e a pequena burguesia dos quarteis, vão ter acesso ao financiamento. O mesmo é uma provocação contra os trabalhadores sem teto, visto que quem realmente deveria ter acesso ao dinheiro do Estado para construir está privado desse direito constitucional para salvaguardar os privilégios dos que dão sustentação ao golpe.
Durante esses quase dois anos de pandemia de coronavírus, mais de 14 mil famílias foram despejadas, e outras 84 mil estão correndo risco de ter o mesmo destino. São mais de 400 mil pessoas que dormem sem a certeza de que seu direito fundamental será garantido. Mesmo com esses números abismais, o Congresso Nacional golpista, postergou o quanto pode a tramitação do PL do Despejo Zero, o que demonstra que essa instituição podre não serve para absolutamente nada. O mesmo vale para o Supremo Tribunal Federal.
Está mais do que comprovado que nenhuma instituição apodrecida desse regime político em estágio de putrefação, se compadece dos males do capitalismo que afligem o nosso povo sem teto. Os Movimentos Populares Urbanos tomaram um direcionamento extremamente assertivo, ao convocar suas bases para sair às ruas e não tolerar a destruição do país que cai sobre nossas cabeças.
Somente com uma ampla agenda de mobilização popular, que coloque como eixo central cortar pela raiz as desgraças que estão afetando nosso povo, pode dar respostas para as pautas especificas do proletariado.