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Análise Internacional voltou! Rui C. Pimenta analisou a França

​Análise Internacional irá ao ar todas as sextas, às 12h.

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Nessa sexta-feira (3/12), a Causa Operária TV retomou o programa Análise Internacional com o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta. O programa será sempre ao meio-dia e irá ao ar toda sexta-feira.

Na primeira análise após longo hiato, a França foi o tema principal, muito por conta do aparecimento de uma extrema-direita ainda mais reacionária na figura do ex-jornalista Éric Zemmour.

Traçando um quadro do momento atual e fazendo uma retrospectiva política da França, Rui Costa Pimenta iniciou pela eleição de 2018 que elegeu Emmanuel Macron, um candidato minoritário e escolhido pelos banqueiros. “A gestão do Macron, apesar de ter um grande apoio da burguesia francesa e internacional, foi uma gestão muito acidentada. Nós tivemos um aprofundamento da política neo-liberal que aumentou, por sua vez, a miséria na França e resultou numa série de manifestações fortíssimas contra o governo Macron, principalmente as chamadas manifestações dos coletes amarelos”, continuou.

Essa gestão acidentada e, até certo ponto, desastrada teve como consequência que grande parte do eleitorado de esquerda que votou em Macron em 2018 já declarou que não faria o mesmo em 2022. Portanto, o esquema de votar no mal menor contra o candidato de extrema-direita – em 2018, Marine Le Pen – pode não se repetir. “Não sei se isso daí vai se reverter efetivamente num abstencionismo num eventual enfrentamento entre o Macron e a extrema-direita francesa, que é o que parece que vai acontecer no segundo turno das eleições”, avaliou.

Rui explicou sobre a classificação dos pólos políticos que é muito difundida hoje em dia, uma pergunta que foi feita no programa Pânico e que não foi totalmente respondida por falta de tempo naquela oportunidade. “Essa nomenclatura ‘esquerda’ e ‘extrema-esquerda’ é para favorecer os partidos da esquerda mais moderada e social-democrata. [Ou seja], eles são

Outro ponto importante é que Emannuel Macron ainda não se declarou candidato, o que evidencia a fragilidade do seu governo. “Na eleição nós temos uma quantidade muito grande de candidatos e pré-candidatos. Umas 30 pessoas já se apresentaram”, informou.

Sobre o partido Os Republicanos, representante da direita “respeitável”, ou o que seria chamado “centro-direita” aqui no Brasil, Rui avaliou como importante a vitória do candidato de Eric Ciotti sobre Valérie Pecresse. “Por quê é importante? Porque ele é o candidato de extrema-direita dentro dos republicanos. Ele foi escolhido e o Éric Zemmour saudou a vitória dele dentro dos republicanos. Falou algo como: ‘é bom ver que as nossas ideias saíram vitoriosas dentro do partido republicano, que é a direita conservadora tradicional. Isso indica que nós temos um deslocamento muito forte à direita no eleitorado francês”, disse Rui.

A extrema-direita aparece com cinco candidatos, entre eles a surpresa Éric Zemmour, sem partido. Quando anunciou sua candidatura ele logo apareceu à frente da Marine Le Pen, ex-candidata à presidência por duas oportunidades e pertencente a um partido antigo que possui deputados e uma presença política grande. Sobre isso, Rui comentou: “A questão é que [o Éric Zemmour] é a direita da extrema-direita. É a extrema da extrema. Ele apareceu falando que a desgraça da França são os imigrantes. Então ele propõe uma linha duríssima contra os imigrantes, parar totalmente a imigração, recuperar a França para os franceses. O inimigo número um da França seriam os imigrantes, principalmente árabes e africanos, o maior número que tem na França. Ele também apresentou uma tirada de tipo ideológico nazista falando que o governo de Vichy, – que é o governo fantoche que foi colocado na França pelo alemães [na época da guerra] – só entregou para os alemães os judeus estrangeiros, poloneses etc, os judeus franceses ele não entregou. O que não é mentira, a única coisa é que não é que o Pétain tivesse nenhum tipo de política de defesa dos judeus, é que mesmo sobre as condições políticas da época, a população francesa se rebelou contra a ideia de que franceses fossem entregues para os alemães. Ele ficou intimidado pela reação negativa e não fez. Mas dá para perceber que é o tipo de política daqueles alemães que dizem não ter havido holocausto, um pouco mais sofisticado mas, basicamente a mesma coisa”.

Esse candidato, Éric Zemmour, mostra que abriu-se uma avenida política do lado direito da extrema-direita francesa. “A Le Pen (…) se integrou ao regime, como aconteceu com o Salvini na Itália (que virou ‘estadista’ junto com o Draghi) e lá também está se abrindo uma larga avenida à direita do Salvini com vários partidos crescendo. Estamos assistindo um fenômeno da desintegração da extrema-direta mais ‘civilizada’, digamos assim, usando o termo num sentido puramente irônico. E é um sinal que a polarização política não será contida nesse marco. Você incorpora, ainda que parcialmente, a extrema-direita ao regime político e aí surge uma extrema-direita ao lado”, analisou.

“Um dado importante da candidatura do Zemmour é que ele é apoiado pelo pai da Marine Le Pen, Jean-Marie Le Pen, que é o fundador do partido Frente Nacional, que agora se chama Reagrupamento Nacional. Ele [participou ativamente das torturas cometidas pelos paraquedistas franceses na Argélia], todo mundo pode ver isso daí no excelente filme do Gillo Pontecorvo, A batalha de Argel, mostrando o pessoal torturando e tal. Ele é um daqueles personagens, ele estava lá e fez parte do chamado exército secreto que tentou assassinar o De Gaule, por causa da Argélia”, explicou Rui.

Acompanhe em vídeo todo o programa na Causa Operária TV:

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