As forças talibãs avançam ininterruptamente pelo interior do Afeganistão. Ontem, sábado (7), o grupo tomou o controle de Sheberghan, capital de província de Jawzjan, ao norte do país, menos de 24 horas após tomar Zaranj, capital da província de Nimroz, próximo ao Irã ao sudoeste.
Além disso, vastas áreas do país e da zona rural, bem como postos cruciais fronteiriços também já foram tomados pela organização, cercando as principais capitais, como no dia 1º deste mês em que o Talibã realizou ofensiva concentrada nas cidades de Herat, a oeste, Kandahar e Lashkar Gah, ao sul.
A intensificação das tomadas de controle se iniciou em maio deste ano, quando o imperialismo anunciou a retirada das tropas norte-americanas e europeias do solo afegão até o dia 31 de agosto, a mais longa ocupação militar promovida pelos Estados Unidos, que está para completar 20 anos desde o “11 de Setembro”, e que se mostrou incapaz de exterminar a resistência do Taliban.
Na ofensiva de ontem, como também em outras regiões, ambas as capitais foram tomadas sem resistência das forças afegãs, que, segundo o vice-governador de Jawzjan, Qader Malia, o Exército e funcionários públicos fugiram da cidade após o avance rebelde. No caso de Nimroz, segundo a Folha, não houve grande conquista estratégica para o grupo, mas serviu como um sinal às cidades ao redor.
Com estas ofensivas, o fraco governo-marionete de Ashraf Ghani, imposto e apoiado pelo imperialismo, pode cair concretamente. Retornando o poder à maior força opositora que é o Talibã, que desde o bombardeio e invasão militar promovida pelo governo de George W. Bush (Partido Republicano), fora expulso do governo afegão.
No total, os 20 anos de invasão esmagaram mais 160 mil vidas, segundo estimativas oficiais do governo norte-americano, sendo em maioria absoluta, vidas do povo afegão. E, que, mesmo com as tropas norte-americanas fora do País, os bombardeios em apoio ao governo continuam, como em Cabul, na capital do país, onde os EUA ajudam na operação dos aviões Super Tucano, brasileiros, usados pela Força Aérea afegã contra o Talibã.
Ao contrário do que o povo do Afeganistão vem sofrendo nestes últimos 20 anos, a imprensa burguesa, como um monopólio da informação em todos os país se colocam contra o “regime atroz” do Talibã, encobrindo todo o massacre do povo pelos norte-americanos e europeus. No Brasil, o mesmo. Toda imprensa capitalista apoiou abertamente o regime de terror da invasão militar do imperialismo, condenando os que lutam por sua própria cultura e país.
Hoje, o Talibã lidera o levante rebelde contra os EUA e imperialismo no país. Um levante que marca mais um fracasso imperialista e a retomada da soberania do Afeganistão, mostrando novamente que mesmo um país pobre e atrasado da Ásia, de cerca de 38 milhões de habitantes, pode derrotar a imensa máquina de opressão que é o imperialismo mundial.
