O estado do Amazonas e, principalmente, a capital Manaus, vivem um contexto de decretação do lockdown parcial. Na sexta-feira (29), o governador Wilson Lima (PSC) anunciou a prorrogação das medidas de restrição à circulação por 24 horas até 7 de fevereiro, com a finalidade de impedir o agravamento da pandemia do COVID-19.
O problema é que, devido à situação de crise econômica generalizada que assola a população, as medidas de restrição de circulação são impossíveis de serem cumpridas. O desemprego e a miséria avançam e se verifica a explosão no número de pedintes nas lotéricas e agências da Caixa Econômica Federal, farmácias e supermercados, locais autorizados a funcionar pelo decreto estadual.
Na quinta-feira (28), o governo amazonense anunciou a liberação de um auxílio emergencial no valor de R$ 600 para famílias em situação de extrema pobreza, programado para iniciar a partir de fevereiro. Serão contempladas famílias com quatro ou mais membros, chefiadas por uma pessoa maior de 18 anos, e que já estavam inseridas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família. A expectativa é atingir 100 mil pessoas. A Prefeitura de Manaus prevê o pagamento do valor de R$ 200 para 40 mil famílias de baixa renda do município.
A política do lockdown revela-se, na prática, uma verdadeira farsa para combater a pandemia. A expectativa de que os trabalhadores fiquem em casa não é baseada na realidade, uma vez que estes necessitam trabalhar para sobreviver. Em Manaus, cidade maior e mais importante do Amazonas, está imersa em uma luta bárbara pela sobrevivência. Há de se destacar que o Amazonas foi um dos primeiros estados a retomar as aulas nas redes públicas de ensino e reabrir a economia, de forma a passar a impressão de que a doença estava em declínio.
O governo estadual e as prefeituras não tomaram nenhuma medida efetiva para organizar o povo e enfrentar a pandemia. A gravidade da situação se expressou na falta de cilindros de oxigênio nas redes públicas de saúde, o que fez com que pacientes de coronavírus morressem por asfixia. Desde o início da pandemia, há cerca de um ano, são 266 mil casos confirmados e 8.018 óbitos no Amazonas, de acordo com os dados oficiais, já subnotificados e manipulados.
A situação do Amazonas é a expressão mais desenvolvida da política da burguesia em relação ao povo. Não há nenhuma preocupação humanitária.