Neste domingo a greve da COMCAP, empresa responsável pela coleta de lixos e resíduos na cidade de Florianópolis, ganhou um novo episódio. Em uma manifestação de grandes proporções, mobilizando mil pessoas, entre trabalhadores, familiares e trabalhadores, a categoria reafirmou sua posição de greve contra a prefeitura de Gean Loureiro (DEM) que encaminha a passos largos a terceirização da empresa.
Desde o início da semana, quando estourou a segunda greve do ano na categoria, a repressão e a campanha da prefeitura contra os trabalhadores é intensa. A greve desde o início tornou-se uma greve com ocupação dos postos de trabalho, acendendo uma luz vermelha na burguesia. Na quarta-feira, os trabalhadores foram brutalmente reprimidos por tiros e spray de pimenta com a ação da Polícia Militar. A repressão ganhou repercussão nacional, as cenas dos trabalhadores feridos e a ação policial foram marcadas. Um dia após, a em assembleia a adesão da categoria saltou de 60% para 90%. Era possível ver não apenas em um, mas em várias declarações, trabalhadores afirmando que mudaram de posição, que perderam suas dúvidas e receios e que apoiavam incondicionalmente a greve, denunciando sem pestanejar a própria justiça burguesa e a polícia militar.
A greve avançou, e após uma nova plenária da categoria neste sábado o segundo ato fora convocada. A tarefa: em 24 horas convocar uma grande mobilização com os trabalhadores e suas famílias, para um ato que começaria às 8h30 de um domingo. Se para a esquerda pequeno burguesa e os pelos de plantão fazer tal feito poderia ser algo impossível, para os trabalhadores da COMCAP não foi.
Em uma das maiores manifestações já feitas, o ato da COMCAP chegou a superar o ato organizado pela Frente Fora Bolsonaro no dia 7 de setembro. Apenas uma categoria de operários foi capaz de mobilizar em 24h mais que uma organização formada por diversos partidos da esquerda pequeno burguesa, e inclusive da burguesia – vide PDT – .
O ato, animado do início ao fim, parou as ruas, atravessou a ponte Hercílio Luz sentido ilha de Santa Catarina, ao som da bateria Zumbi dos Palmares, que ficou reconhecida, desde o primeiro dia de greve como a bateria dos trabalhadores da COMCAP.
Em uma manhã de domingo, a categoria fez uma mobilização surpreendente, colocando em questão a própria organização dos atos na cidade. Todo o caso, revela apenas que a política da Frente Fora Bolsonaro, a mesma que o PCO foi expulso meses atrás, de aliança com a direita não mobiliza ninguém, e sim apenas serve para repelir os trabalhadores, e uma conduta criminosa anti-mobilização.
Na COMCAP está maduro a reivindicação de não apenas “fora terceirizadas”, mas também de “Fora Gean”, o golpista responsável por este brutal ataque a categoria.
No dia 2 de outubro a COMCAP realizará uma assembléia no mesmo local da manifestação pelo Fora Bolsonaro. Se a mesma mobilização que foi vista neste domingo, unindo metalúrgicos, ecetistas e demais categorias for repetida no dia 2 de outubro, ficará comprovado o poder da mobilização da classe trabalhadora e a falência política da frente ampla em Florianópolis.
Os trabalhadores da COMCAP deram o exemplo, é agora preciso expandir a luta, organizar comitês em cada setor e em cada categoria, organizando a mobilização, para levar às ruas a verdadeira mobilização pelo Fora Bolsonaro