O assalto ao Quartel de La Moncada, em 26 de julho de 1953, pode ser considerado o início do processo revolucionário que culminou na derrubada da ditadura de Fulgêncio Batista em Cuba, seis anos depois.
Batista havia chegado ao poder através de um golpe de Estado, organizado pelas forças armadas de Cuba e patrocinado pelos Estados Unidos em março de 1952. O golpe militar cancelou as eleições presidenciais que estavam marcadas para ocorrer este ano, derrubou o presidente em exercício do mandato Carlos Prío Socarrás (Partido Revolucionário Cubano Autêntico) e suspendeu a Constituição de 1940. As pesquisas eleitorais apontavam a vitória para o candidato Roberto Agramonte do Partido do Povo Cubano (Ortodoxo). Os Ortodoxos eram um partido de esquerda, de massas, cuja ideologia se configurava como reformista.
O ataque ao Quartel de La Moncada, localizado na cidade de Santiago de Cuba, capital da província de Oriente, foi uma reação de um grupo de jovens revolucionários liderados por Fidel Castro ao golpe de Estado de 1952. Ao mesmo tempo, um grupo tomava o quartel Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo – no centro da província do Oriente. O objetivo era tomar as instalações militares e promover uma insurreição armada da população contra o regime.
A ação dos revolucionários contou com o engajamento de 135 combatentes vestidos com uniformes do Exército de Cuba. Entretanto, o elemento surpresa, fundamental para o sucesso da ação, se perdeu quando um sargento do Exército surpreendeu o grupo principal às portas do quartel, desencadeando o combate precocemente.
Os revolucionários foram derrotados. Muitos foram torturados e fuzilados. As Forças Armadas de Cuba desencadearam uma perseguição e repressão impiedosas. Fidel Castro sobreviveu e foi preso, processado e condenado. O chefe dos moncadistas cumpriu dois anos de prisão em regime fechado, quando foi anistiado e exilado no México.
Por ser advogado formado, Fidel Castro desenvolveu sua defesa jurídica perante os tribunais da ditadura de Batista. O livreto “La História me Absolverá” passou à história como sua defesa e, ao mesmo tempo, como uma denúncia das atrocidades cometidas pela ditadura militar de Batista em Cuba.
Do episódio do assalto ao Moncada surgiu o Movimento 26 de julho (M-26-07), dirigido por Fidel Castro, uma organização política de tipo nacionalista que lutava pelo fim da ditadura militar golpista instaurada contra os direitos democráticos do povo em 1952. Esta organização dirigiu a luta guerrilheira nas montanhas de Sierra Maestra, as mobilizações nas cidades e a greve geral, luta que culminou na Revolução Cubana de 1959, liderada pela organização de Fidel Castro.
