A Revolução Francesa de 1848 foi uma onda de movimentos revolucionários que tomou toda Europa. Na França, esse evento levou a queda do rei Luís Felipe I, que colocou fim ao período da Monarquia (1830-1848) e levou à criação da Segunda República Francesa. A Segunda Republica teve fim no golpe de 1851, através do qual Luís Napoleão Bonaparte se tornou imperador e inaugurou o Segundo Império.
Luís Felipe de Orleans se tornou rei após os franceses colocarem fim ao poder da dinastia Bourbon, o interesse da burguesia nacional em seu governo era firmar os avanços liberais na Constituição Francesa. Neste sentido, colocou fim a atos de censura aos meios de comunicação e separou o Estado da Igreja. Porém, não colocou fim ao voto censitário que deixou os grupos políticos do país muito insatisfeitos.
Em 1847, impedidos de realizar manifestações públicas, os grupos políticos de oposição ao governo decidem realizar banquetes com objetivo de discutir os problemas econômicos, desemprego, reformas sociais, representatividade e o sufrágio universal. Em 14 de fevereiro de 1848, o primeiro ministro François Guizot impede um banquete que reuniria representantes políticos de toda França sob alegação de se tratar de uma assembleia ilegal.
Em 22 de fevereiro de 1848, como resposta uma reação violenta dos proletários parisienses liderada por Louis Blanc, as ruas foram tomadas e barricadas foram erguidas exigindo o fim do governo. No dia seguinte, mesmo depois das centenas mortes o povo não se acovardou, o rei se livrou de Guizot na esperança de acalmar a revolta, mas era tarde. No dia 24 de fevereiro, Luís Felipe não teve outra opção que não fosse abdicar o trono.
A queda da monarquia deu lugar ao governo provisório que convocou eleições, que deram vitória aos candidatos da burguesia e dos latifundiários, assim Segunda República foi implantada 25 de fevereiro. A sufrágio universal masculino foi estabelecido, a jornada de trabalho reduzida de 12 para 10 horas diárias, foram criadas até mesmo fábricas com capital estatal dirigidas por operários com vistas a diminuir o desemprego.
Março foi um período de calmaria e ficou conhecido como Republica Social. No final de abril, ocorreram eleições para formação de uma Assembleia Constituinte, o Partido da Ordem elegeu 700 deputados, Republicanos radicais e Socialistas não elegeram justos 100 deputados. Dominada pela Ordem a Constituinte começou a combater as ideias socialistas.
Em 22 de Junho, o governo tomou medidas severas depois dos levantes comunistas de 15 de maio, fechou as oficinas nacionais que empregavam 110 mil operários. Os operários sem trabalho e meios de sustento se revoltaram e levantaram barricadas contra o novo poder estabelecido. Assembleia decretou estado de sítio e nomeou o ministro da guerra, Louis-Eugene Cavaignac, chefe do poder executivo com poderes ditatoriais. O combate durou quatro dias, 1500 operários foram mortos, 12 mil foram presos e 4 mil deportados para Argélia.
A Constituição foi finalmente promulgada em 12 de novembro de 1848, estabelecendo a República presidencialista e o Legislativo unicameral. O general Cavaignac foi lançado candidato a presidente para disputar com Luís Napoleão Bonaparte, que venceu com 5,5 milhões de votos contra 1,5 milhões de votos. O mandato era de quatro anos e terminaria em 1852, mas, em 2 de dezembro de 1851, Napoleão reedita o golpe do tio com novo 18 Brumário.