Após as voltas às aulas na França, o país europeu fechou vinte e duas escolas, dez delas na ilha da Reunião, território ultramarino francês, por conta dos novos casos de contaminações pela Covid-19 após três dias da reabertura das instituições de ensino. Ao total, 100 salas de aulas foram fechadas por apresentarem pelo menos 1 caso confirmado de contaminação por Coronavírus.
Desde do dia 1º de Setembro, quando as aulas retornaram na França, já foram apuradas cerca de 250 suspeitas ou confirmações de casos de Coronavírus nas escolas.
No geral, o país enfrenta uma nova onda de contaminação, a partir de dados divulgados pela agência de saúde pública na sexta-feira(4), foram confirmados 8.975 novos casos de pessoas contaminadas. O número é maior desde o início da pandemia. Foram também detectados 53 novos focos de contaminação no mesmo dia, somando então, 444 focos ativos por todos território francês quase metade deles detectados em casas de repouso.
O aumento de casos confirmados é resultado do aumento da quantidade de testes que estão sendo realizados, atualmente o país europeu está aplicando 1 milhão de testes para Covid-19 por semana, ao passo que no auge do surto não chegava a 100 mil. Muitos casos assintomáticos estão sendo identificados, mostrando que o vírus circula entre mais pessoas do que se imaginava.
A situação francesa pode ser utilizada para compararmos a volta às aulas no Brasil. Se na França, onde a situação da pandemia foi razoavelmente controlada por um período, mas já voltaram a bater recorde de novas infecções, a volta às aulas só será possível quando existir uma solução concreta para o fim da pandemia, por exemplo, a vacinação em massa. Basta pensar como seria a reabertura das escolas no Brasil que registra diariamente mais de mil óbitos e em média 50 mil novos casos.
Por isso, a corrente Educadores em Luta, o coletivo de professores do Partido da Causa Operária, está atuando fortemente contra as voltas às aulas enquanto não temos uma vacina no Brasil. A campanha tem como objetivo impedir a reabertura das escolas até o fim da pandemia, em defesa da vida de toda a comunidade escolar, visto que 40% dos professores da rede pública estão no grupo de risco e, evidentemente, se as aulas voltarem, isso será como uma sentença de morte para muitos trabalhadores da educação.
Os estudantes também reivindicam a não reabertura das escolas, pois mesmo que os jovens não desenvolvam o sintomas mais graves da doença, os assintomáticos podem adoecer os seus familiares mais velhos.
As aulas só podem devem voltar com o acordo da comunidade escolar, e claro, quando tivermos vacina disponível para todos os brasileiros.