Nesta sexta-feira (5), a coordenação da universidade particular Uniderp divulgou o seu calendário de provas das próximas semanas. De acordo com o documento, as primeiras provas devem ocorrer a partir do dia 22 de junho. Além disso, as aulas em si estão previstas para retornar antes, no dia 15 de junho.
O retorno às aulas foi comunicado aos acadêmicos pela universidade sem qualquer tipo de consulta à comunidade estudantil. Segundo uma estudante que preferiu não se identificar:
“Mandaram documentos para autorização da volta sem nem pensar no bem estar dos alunos, principalmente, aqueles que moram fora da cidade. Tem acumulado avaliações, pode ser medo dos alunos colarem grau. Prova on-line não pode, mas expor os acadêmicos e suas famílias à contaminação?”
A universidade afirmou que irá fornecer máscaras para todos os alunos, além de estabelecer um distanciamento mínimo na realização das provas. Ademais, aqueles que não puderem comparecer às atividades devido a questões de saúde devem enviar um atestado médico à coordenação. Entretanto, absolutamente nenhum esforço foi feito para que aqueles que não tem condições de transporte possam comparecer ao local.
Segundo comunicado oficial da Uniderp, a coordenação afirma estar acompanhando a evolução do coronavírus no Brasil. Logo, cabe o seguinte raciocínio: se estão cientes do momento pelo qual o Brasil passa, ou não têm capacidade de interpretá-lo, ou agem por pura ganância. É evidente que é o caso da segunda opção. Afinal de contas, a quarentena é extremamente prejudicial aos lucros da instituição, já que vem acompanhada por uma série de reduções em suas mensalidades.
Além de toda a preocupação da Uniderp em minimizar as suas perdas financeiras em decorrência da vida dos alunos, professores e funcionários; cabe ressaltar o alinhamento que esse tipo de anúncio tem com a política genocida de todo o governo. Deve ficar claro que, a volta às aulas, em geral, é apenas uma manobra da burguesia para retornar todas as atividades comerciais. Afinal de contas, já que os filhos da população já estão nas ruas, por que os pais não estariam?
É apenas mais um caso no qual os grandes capitalistas utilizam os estudantes e os trabalhadores como meras “buchas de canhão”. Estão dispostos a arriscar absolutamente qualquer coisa – menos as suas próprias vidas, diga-se de passagem – para que possam lucrar o máximo possível. Nesse caso, o preço é extremamente claro: a vida de milhares de brasileiros ao redor de todo o país.
Somente com a mobilização popular é que podemos barrar esse tipo de avanço verdadeiramente genocida. No final das contas, nenhum parlamentar irá defender a vida dos trabalhadores. Estão imersos num sistema controlado inteiramente pela burguesia. Nesse sentido, basta para eles fazer alianças com esse setor para que possam permanecer no poder. Por isso, os estudantes de todo o Brasil devem se organizar para obrigar o estado a aceitar suas reivindicações. Nenhuma concessão à burguesia! É dever dos partidos de esquerda e centrais sindicais organizar a população e chamar grande atos em todas as cidades do Brasil. Esse é o único jeito pelo qual vamos sair desta crise histórica de forma verdadeiramente efetiva.