O presidente Donald Trump propôs um pacote de 850 bilhões de dólares para amortecer o impacto do coronavírus sobre a economia americana. O pacote foi aprovado na Câmara dos Deputados. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, vai levar a proposta à bancada dos republicanos no Senado nesta terça-feira (17).
Mnuchin está avaliando medidas para ajudar as pequenas e médias empresas, que incluem um prazo maior para pagamento de impostos e opções de empréstimos rápidos em dinheiro. A epidemia reduz abala a renda destas empresas. Outras medidas avaliadas pelo secretário são uma linha rápida de empréstimos com um banco, com garantida do Tesouro, incentivos para os Estados alavancarem o seguro-desemprego e pagar aos trabalhadores 80% da remuneração da hora trabalhada e pagar aos empregados que recebem comissão 80% de sua renda média mensal.
O Federal Reserve (FED), o banco central dos EUA, reduziu drasticamente a taxa de juros da economia americana, que está entre 0% e 0,25%, com juros negativos, isto é, abaixo da inflação. A compra de 700 bilhões de dólares em títulos do Tesouro lastreados em hipotecas foi anunciada pelo FED, em uma tentativa agressiva de impedir as perturbações devido à grave desaceleração econômica no país, consequência do coronavírus.
A burguesia imperialista americana propaga ao mundo a ideologia do livre mercado, de que a intervenção estatal na economia deve ser mínima, de que todos os problemas econômicos do capitalismo estão ligados ao “inchaço” do setor público. Falam que se não houver intervenção na economia, o sistema capitalista caminha rumo ao progresso e à prosperidade. Contudo, salta aos olhos o fato de que em períodos de crise, o Estado serve para socorrer os capitalistas, com generosos pacotes de centenas de bilhões de dólares de dinheiro público despejados em seu auxílio.
Em temos normais, os capitalistas somente sobrevivem por causa do Estado, que lhes serve e eles controlam. Em tempos de crise, isso fica ainda mais evidente. A ideologia do livre mercado não passa de uma receita para exportar para os países atrasados, de forma a perpetuar sua condição de países oprimidos pelo imperialismo.