As torcidas organizadas dos quatro grandes clubes de SP estão concentradas em arrecadar fundos e doações para distribuir entre a classe trabalhadora pobre diretamente afetada pela política de abandono dos trabalhadores pelo governo Bolsonaro. As doações estão entre produtos de higiene, limpeza, alimentação, brinquedos para as crianças e até doação de sangue.
Só a Mancha Verde, do Palmeiras, arrecadou cerca de 25 toneladas de produtos. A torcida Independente, do São Paulo, distribuiu mais de 3 mil tubos de álcool em gel nas comunidades beneficiando cerca de 3 mim famílias, e cerca de 500 cestas básicas. A Gaviões da Fiel, do Corinthians, vem produzindo refeições para a população pobre e distribuindo mais de 200 cestas básicas. A torcida Jovem, do Santos, está mobilizada desde o incidente das enchentes na Baixada Santista, no início do ano, e está distribuindo produtos de higiene e limpeza.
Formadas pela classe trabalhadora, as torcidas organizadas são as únicas que conseguem nos proporcionar hoje em dia o sentimento maior do esporte mais popular do planeta terra, o futebol. Este sentimento vai além do que acontece dentro das quatro linhas. O futebol proporciona um encontro organizado pela própria população, que demonstra sua capacidade de mobilização política.
É ampliando o sentido do que significa o futebol que, como organização popular, as torcidas conseguem mostrar que a burguesia e sua imprensa golpista são uma grande fraude, e sua campanha contra as organizadas uma grande calúnia. Essas organizações correspondem à tendência do povo a se mobilizar para lutar contra as situações adversas do capitalismo. As torcidas demonstram isso entendendo as urgências dos trabalhadores e se mobilizando para contornar, a qualquer custo, os problemas causados pela pandemia. Isto porque são formadas pelos próprios trabalhadores.
É válido perceber que a mobilização dessas organizações está ensinado à esquerda pequeno-burguesa como se luta contra a pandemia. Apesar de o estado de São Paulo ser o mais afetado, mostrando os mais altos índices de infecção e morte pelo vírus do país, os membros das organizadas saíram de casa e foram resolver as questões urgentes na vala que o governo fascista de Bolsonaro jogou os trabalhadores. Enquanto isso, a bandeira dos partidos da esquerda pequeno-burguesa é ficar em casa. Ou seja, fazer nada diante da situação.
O que é importante entender é que este potencial de força de mobilização que as torcidas apresentam precisam ser direcionadas politicamente para a derrubada de Bolsonaro. A pandemia é um fato que a classe trabalhadora tem que lidar à qualquer custo e o governo Bolsonaro, inimigo dos trabalhadores, é o grande responsável pela situação de vulnerabilidade que está passando a população. É preciso perceber o interesse da direita golpista em acabar com as torcidas organizadas, pois elas são grande exemplo do potencial de organização, – e de ação -, que os trabalhadores podem alcançar para o enfrentamento contra os fascistas, a expulsão do governo Bolsonaro e a derrubada do golpe.