Comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol, localizada no Nordeste do estado de Roraima, se organizaram e expulsaram garimpeiros e apreenderam todo o material que estes utilizavam na atividade. A prática do garimpo ilegal no rio Cotingo, próximo ao igarapé Samaúm, contaminou os rios e lagos, o que tornou a água imprópria para o consumo ou para qualquer tipo de trabalho comunitário.
Segundo o coodenador regional Aldenir Cadete, a ação contou com a participação de lideranças indígenas da região de Baixo Cotingo. Ele ainda afirmou que, no passado, “muitos indígenas morreram por causa do garimpo, foram baleados, retiros destruídos, roças queimadas e vários crimes foram cometidos que ficaram impunes”.
Os indígenas apreenderam duas balsas e vários equipamentos usados para extração de ouro e diamante, sendo que quatro garimpeiros não indígenas foram detidos. O material só será liberado para as autoridades competentes.
Em diversas ocasiões, os povos indígenas da Raposa Serra do Sol denunciaram aos órgãos competentes a violação de suas terras por bandos de garimpeiros criminosos, que danificam a natureza e representam uma grave ameaça para sua sobrevivência. Segundo eles, nada foi feito, por isso decidiram tomar uma atitude e que procederão à vigilância permanente do território.
A ação das comunidades é um embrião de comitê de auto-defesa indígena na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A formação destes comitês é a política correta para se defender da ofensiva dos garimpeiros e pistoleiros encobertos pela extrema-direita fascista e apoiados pelo governo Jair Bolsonaro.
Os criminosos deixaram claro, em diversas ações contra os povos indígenas, quilombolas e acampamentos do MST, que estavam a mando do governo Jair Bolsonaro e que desfrutavam de absoluta cumplicidade das polícias militares, das polícias civis, do sistema judiciário e dos políticos locais.
A Raposa Serra do Sol é território tradicional dos povos Macuxi, Taurepang, Wapichana, Patamona e Ingaricó. Foi homologada em 2005 durante o governo Lula (PT).