Na manhã desta terça-feira (18) ciclistas realizaram um protesto contra a restrição de horários de treinos na USP Universidade de São Paulo, na cidade universitária zona oeste da capital. Cerca de 100 ciclistas se reuniram em frente ao prédio da reitoria da universidade com cartazes em mãos, eles pedem a ampliação dos horários de treinos. E querem um diálogo com a direção do campus.
Em 2019, a USP restringiu dias e horários para treinos esportivos no campus. Só é permitido circular de bicicleta de segunda à sábado, das 4h30 às 6h30. É proibido também treinos com mais de quatro ciclistas. Atualmente para andar pelos 60 km de ruas e avenidas da cidade universitária os ciclistas só podem diante de cadastro prévio. Os esportistas reclamam que além de ser muito cedo para o treino são apenas duas horas.
Em entrevista para o Bom Dia São Paulo um ciclista diz que “começar um treino as 4h30 para qualquer ser humano é complicado. Nós conseguimos nos adaptar, mas não é algo interessante para a grande maioria das pessoas. E terminar 6h30 não é que seja ruim, mas não temos outros lugares para treinar”. Muitas pessoas estão saindo para trabalhar nesse horário, um período interessante para a atividade, segundo os ciclistas, seria após o expediente, no final da tarde.
O que fica claro é uma politica direitista dos coordenadores do campus juntamente com prefeitura e estado em restringir o acesso da população aos espaços públicos e ao convívio com a universidade. Sendo que milhares de pessoas, não somente alunos, professores, funcionários, frequentam a cidade universitária diariamente e aos finais de semana, sejam a pé, de bicicleta, motos ou carros para pratica de esportes variados, lazer entre outros.
No final de 2017, a Secretaria de Mobilidade e Transporte da prefeitura de São Paulo publicou uma minuta do edital que determina como serão distribuídas as linhas de ônibus na capital. Esse edital provocou a partir de 2018 alterações de itinerários, fazendo com que importantes linhas deixassem de servir a cidade universitária. Lotando ainda mais os circulares internos do campus em horários de pico.
Em 2018 houve um aumento da tarifa de transportes anunciado pela prefeitura de São Paulo, com os cortes anunciados nas linhas, muitos passarão a ter que pegar mais condução. O que restringe ainda mais o acesso da comunidade ao campus da USP. O que se percebe é uma politica conjunta entre governo do estado e prefeitura em prejudicar não somente os alunos, professores e funcionários como toda a sociedade paulistana.
Outra questão que abre uma grande discussão na Universidade de São Paulo é implementação de catracas para acesso dos alunos aos blocos estudantis, já instaladas em alguns setores. A direção alega que é importante para segurança dos alunos e do espaço público. Os alunos contestam dizendo que onde há controle por catracas o numero de furtos são praticamente os mesmo onde não a restrição eletrônica.
Portanto é preciso que alunos e a sociedade paulistana garantam, através das mobilizações, o acesso livre a universidade, transporte e mobilidade gratuito, público e de qualidade para que toda população possa usufruir de um espaço público de tamanha importância para o povo em geral.
